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Gilberto Carvalho: se Erenice pedir demissão, ele pode assumir a Casa Civil. | Antônio Cruz/ABr
Gilberto Carvalho: se Erenice pedir demissão, ele pode assumir a Casa Civil.| Foto: Antônio Cruz/ABr

Crítica

Adversários tentam ganhar votos com polêmica, afirma Marina

A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, criticou ontem adversários que, segundo ela, estão se fazendo de vítima para ganhar votos com o escândalo da quebra de sigilos na Receita Federal. Marina evitou citar o nome de José Serra (PSDB), cuja filha Verônica teve os dados acessados ilegalmente em 2009, e voltou a cobrar investigação rigorosa do episódio.

"As eleições estão indo por um caminho que não interessa ao Brasil. Interessa para alguém ganhar as eleições se fazendo de vítima para, de acordo com as circunstâncias, angariar a simpatia do eleitor", afirmou.

A senadora acrescentou que o envolvimento de filiados ao PT na violação aos sigilos "só faz com que a gente exija cada vez mais a investigação".

Folhapress

O governo não entrega a cabeça do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, e a oposição faz das violações de sigilo fiscal dos tucanos uma "artimanha" eleitoral. O resumo do momento político visto pelo Planalto é do chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

"Por falta de mote, a campanha do nosso adversário se agarra, desesperadamente, a isso como se fosse uma bala de prata para virar o jogo", afirmou. "Mas pode vir a ser uma bala perdida de uma guerra entre eles mesmos", disse, sugerindo que a campanha tucana pode ser alvo de fogo amigo. Carvalho afirmou que o governo "não vai entregar a cabeça" de Cartaxo por causa das denúncias de quebra de sigilo.

Mas disse que os petistas envolvidos, mesmo que as filiações sejam "tênues", serão expulsos, se as investigações comprovarem que cometeram crime. "É evidente que vão ter de ser expulsos do partido", afirmou. "Não nos interessa ter em nossas fileiras pessoas que pratiquem esse tipo de ato." Ele avaliou que a oposição e a imprensa criam fatos e aproveitam a época das eleições.

A estratégia não vingará porque, disse, "as pessoas têm juízo" e o povo brasileiro "não vai cair nessa armadilha". Ele admitiu, porém, que a descoberta de um esquema sistemático de violações de sigilo fiscal incomoda o governo e o sistema precisa ser aperfeiçoado. "É claro que é constrangedor para nós, quando o governo é guardião do sigilo."

Único membro do governo a falar sobre o assunto ontem, Car­­valho afirmou que, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o caso está entregue à Polícia Federal e só cabe agora aguardar o resultado das investigações para punir responsáveis e corrigir as falhas de­­tectadas na proteção ao sigilo fiscal dos cidadãos. Ele disse que a direção do PT e o comitê de Dilma Rousseff (PT) nada têm a ver com a violação de si­­gilo por membros do partido. "Um deles nem lembrava que era filiado. Transformá-lo em petista seria querer contaminar todo o partido, é no mínimo má vontade, má-fé."

Pré-campanha

Investigações da Receita e da Polícia Federal comprovaram que desde abril de 2009, dados fiscais de membros do PSDB foram sistematicamente acessados e violados sem motivação legal. Entre as vítimas, estão o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, e Verônica Serra, filha do candidato presidencial tucano José Serra. Os dados teriam acabado em poder do núcleo de inteligência da pré-campanha de Dilma, que era liderado pelo jornalista Luiz Lanzetta, de onde foram vazados para a imprensa.

Para Carvalho, nunca passou pela cabeça da direção da campanha mandar produzir dossiê contra adversários. "Jamais se pensou em usar esse tipo de instrumento em campanha, quando temos um governo para mostrar e propostas muito claras para continuar mudando o Brasil." Para ele, não há nenhuma prova até agora que incrimine qualquer pessoa da direção da campanha. "Quando Lanzetta foi afastado ainda era pré-campanha", explicou. "A campanha, uma vez formada, nunca tomou conhecimento desse tipo de instrumento, o qual refutamos."

Ele lamentou que a campanha eleitoral deixe de debater propostas para se fixar nesse tema, que a seu ver só interessa "a quem está por baixo". "O adversário, no desespero, achou que essa era a única arma para tentar mudar o quadro", explicou. "Mas nós temos confiança que não será alterado, pelo menos não com esse tipo de artimanha."

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