Análise: Briga acirrada, mesmo sem empate
Apesar de a nova pesquisa Datafolha não confirmar o empate técnico entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), como o levantamento CNT/Sensus divulgado na quinta-feira, a eleição deverá ser disputada até a reta final, já que há uma tendência de aproximação entre os candidatos. Na última pesquisa Datafolha, de 9 de outubro, Dilma aparecia 8 pontos à frente, vantagem que caiu para 7 pontos ontem.
A estratégia tucana de tentar tirar votos da adversária atribuindo a ela a intenção de legalizar o aborto parece não ter alterado a percepção dos eleitores católicos, maior fatia do eleitorado brasileiro: 51% deles pretendem votar na petista, mesmo índice da semana passada. Já entre evangélicos não-pentecostais a tática tucana parece ter funcionado: Dilma perdeu 4 pontos e Serra subiu 2.
A exemplo do primeiro turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue como grande cabo eleitoral de Dilma: segundo o Datafolha, a aprovação ao governo chegou ao maior nível desde que ele tomou posse, em 2003. Pela primeira vez, 81% da população afirma que o governo é ótimo ou bom. No levantamento anterior, 78% dos eleitores davam a mesma resposta.
Da Redação
São Paulo - Pesquisa Datafolha divulgada ontem aponta um quadro de estabilidade na disputa pela Pre-sidência. O levantamento mostra a candidata do PT, Dilma Rousseff, 6 pontos porcentuais à frente do presidenciável do PSDB, José Serra. A petista tem 47% das intenções de voto, contra 41% do tucano. Considerando-se só os votos válidos (sem brancos e nulos), Dilma tem 54% e Serra, 46%.
O quadro mudou pouco em relação ao último levantamento do Datafolha, divulgado em 9 de outubro. Naquela oportunidade, Dilma aparecia com uma vantagem de 7 pontos 48%, contra os mesmos 41% do tucano. A pesquisa divulgada ontem não confirmou a tendência de aproximação entre os candidatos levantamento CNT/Sensus divulgado na quinta-feira mostrou um empate técnico: Dilma com 46,8% e Serra com t42,7% (a margem de erro era de 2,2 pontos porcentuais).
Para o Datafolha, a perda de 1 ponto porcentual de Dilma se explica por uma queda de 3 pontos entre o eleitorado de menor escolaridade, que representa 47% do total de eleitores no Brasil.
Religião
Os temas religiosos que dominaram essa etapa da campanha, como aborto e casamento homossexual, parecem não ter influenciado o eleitorado. Entre os católicos, a ex-ministra tem 51% contra 38% do ex-governador de São Paulo, números semelhantes aos registrados na semana passada (o tucano oscilou 1 ponto para cima).
No grupo de evangélicos não pentecostais a candidata petista cai 4 pontos, enquanto Serra oscila positivamente 2 pontos. Essa faixa representa 6% do eleitorado.A maior movimentação ocorre no grupo dos que se declaram sem religião, onde Dilma caiu 5 pontos e Serra cresceu 5 (a petista ainda vence por 45% a 40%). O grupo representa 6% do eleitorado.
Marina
O apoio da presidenciável do PV, Marina Silva, poderia influenciar no voto de 25% dos entrevistados. Entre os que votaram na verde no primeiro turno, 51% dizem optar por Serra agora, contra 23% que declaram o voto em Dilma (oscilação positiva de um ponto com relação à pesquisa anterior o tucano manteve o patamar). Pretendem votar em branco ou anular o voto 11%, enquanto 15% dos eleitores de Marina estão indecisos.
Pesquisa CNT/Sensus:
Foram ouvidas 2 mil pessoas em 136 municípios, em todos os estados brasileiros, entre os dias 11 e 13 de outubro. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos. Registro no TSE: 35.560/2010.
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