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Das 54 cadeiras da Assembleia Legislativa, 15 poderão ser ocupadas por peemedebistas e 12 por tucanos na legislatura 2011-2015 | Valterci Santos / Gazeta do Povo
Das 54 cadeiras da Assembleia Legislativa, 15 poderão ser ocupadas por peemedebistas e 12 por tucanos na legislatura 2011-2015| Foto: Valterci Santos / Gazeta do Povo

Em brasília

Na Câmara, divisão poderá ser mantida

Se na Assembleia Legislativa a divisão de forças poderá ser alterada a partir do ano que vem, o mesmo não deve ocorrer com a bancada paranaense na Câmara Federal. Pelas projeções dos dirigentes partidários, a distribuição de cadeiras entre as principais legendas tende a manter uma configuração próxima da atual. A exceção deve ser o DEM, que, na avaliação de integrantes do partido, corre o risco de perder duas das cinco vagas que tem hoje.

Assim como no Legislativo estadual, o PMDB tem grandes chances de se manter como maior bancada do Paraná. Já a segunda posição, que hoje é ocupada pelo DEM, deve passar para as mãos do PSDB, seguido de PT e PP.

Para os democratas, os prognósticos são desanimadores. Procurados pela reportagem, líderes do partido disseram que gostariam de traçar projeções mais otimistas, mas, diante das atuais circunstâncias, isso seria impossível. Até porque os deputados federais do partido Alceni Guerra e Cassio Taniguchi, que são políticos tradicionais no estado, não disputarão a eleição deste ano. "Não vejo dessa forma. Espero que nós voltemos a Brasília com as mesmas cinco cadeiras", afirmou o presidente licenciado da legenda no Paraná, Abelardo Lupion. Por outro lado, o presidente em exercício do partido, Durval Amaral, defendeu que, se essa queda se confirmar e se repetir em outros estados, o DEM precisará se recompor nacionalmente. Ele chegou, inclusive, a mencionar uma possível fusão com outra legenda.

Planos ambiciosos

Considerados hoje partidos nanicos no Paraná, PR e PSC apostam nos puxadores de votos – Giacobo e Ratinho Junior, respectivamente – para pular de duas para três cadeiras cada um. Entretanto, ao contrário do PSC, que está em uma chapa puro-sangue, o PR pode ter os planos frustrados pelo fato de ser integrante do chapão que conta com PMDB, PT, PDT e PCdoB.

O PSB e o PV, que não estarão coligados na disputa proporcional, devem sentir falta de um puxador de votos. Já o PPS, que fala em conseguir até quatro cadeiras de deputado federal, pode ter a meta freada pela força do chapão que integra ao lado de PSDB, DEM, PP e PRB. A coligação também deve trazer problemas ao PRB, que aposta no voto dos evangélicos para conseguir duas vagas.

  • Veja a expectativa de parlamentares eleitos por legenda nas eleições de hoje

As eleições de hoje devem confirmar – e manter – o PMDB como a maior bancada da Assembleia Legislativa do Paraná. Os líderes do partido calculam que a legenda pode eleger de 14 a 15 deputados estaduais para os próximos quatro anos. Os peemedebistas, no entanto, não deverão ter mais uma liderança tão folgada no papel de principal bancada da Casa. Isso porque o PSDB espera eleger de 10 a 12 parlamentares, graças ao impulso dado pelo candidato do partido ao governo do estado, Beto Richa. No outro lado da balança, os partidos que mais deverão perder força para a legislatura 2011-2014 são PT e DEM. Unidas a várias outras siglas nos chamados "chapões", essas legendas têm grandes chances de verem suas bancadas reduzidas quase pela metade.Com uma bancada atual de 17 deputados, o PMDB lutou com unhas e dentes para formar um amplo chapão na briga pelas 54 vagas na Assembleia. Desde o início da construção de alianças para as eleições deste ano, os parlamentares do partido não escondiam o medo de perder a maioria das cadeiras da legenda se saíssem com uma chapa pura na disputa das eleições proporcionais ou se tivessem como candidato ao governo o governador Orlando Pessuti. Na visão deles, Pessuti não teria "poder de fogo" suficiente para atrair votos, ao contrário do ex-governador Roberto Requião. Por isso a bancada do PMDB (que chegou a considerar a possibilidade de se aliar ao PSDB) não escondeu a satisfação quando os partidos fechados em torno de Osmar Dias (PDT) na disputa pelo Palácio Iguaçu formaram um chapão com PMDB, PT, PDT, PR e PCdoB para a disputa das proporcionais. Dessa forma, o receio de ver a bancada reduzida drasticamente se transformou em uma projeção de até 15 eleitos.

No entanto, o PMDB deve encontrar seu principal adversário na Casa, o PSDB, mais fortalecido a partir do ano que vem. Ao contrário das eleições de 2006, quando houve um racha no partido por divergências sobre quem a legenda deveria apoiar – Requião ou Osmar –, agora os tucanos apostam todas as fichas em Beto Richa para atrair votos. "Em 2006, tivemos uma eleição conturbada. Agora, é uma disputa dura, mas tranquila [para a Assembleia]. Temos um candidato a governador muito forte, que puxará a nossa votação", diz o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni. Além disso, o chapão ao lado de DEM, PP, PTB e PRB dá aos tucanos a expectativa de saltarem das atuais sete para até 12 cadeiras.

Em queda

Enquanto PMDB e PSDB traçam perspectivas de aumento, PT e DEM terão dificuldades para manter o número de cadeiras que têm hoje – seis e cinco, respectivamente. Na negociação das alianças, o PT do Paraná resistiu e tentou sair sozinho na disputa das proporcionais, mas, pressionado pelo diretório nacional da legenda, foi obrigado a aderir ao chapão ao lado de PMDB e PDT.

Feito para aglutinar forças em torno da candidatura de Osmar e, assim, dar um palanque forte no estado à presidenciável Dilma Rousseff (PT), o acordo foi tratado pelos petistas locais como um "sacrifício" dos candidatos ao Legislativo. Apesar de o presidente estadual do PT, Ênio Verri, tratar a entrada no chapão como "acertada", nos bastidores membros do partido se dizem otimistas se a legenda conseguir eleger três deputados – historicamente, os candidatos do PMDB fazem mais votos que os petistas.

A mesma situação preocupa integrantes do DEM. Além de estarem em uma chapa de fortes candidatos do PSDB, os democratas podem encontrar dificuldades para atingir os 45 mil votos individuais – considerados uma média segura para garantir uma cadeira. Na última eleição, apenas dois dos cinco parlamentares que o partido tem hoje na Casa superaram essa marca. Outro fator que pode pesar nas urnas contra o DEM, na figura do presidente do Legislativo estadual e membro da legenda, Nelson Justus, são as denúncias levantadas pela Gazeta do Povo e pela RPC TV na série de reportagens Diários Secretos.

Crescimento

Confiando no fato de disputarem a eleição para deputado estadual em chapas puro-sangue, PPS, PSB e PV projetam aumento de suas bancadas (veja quadro ao lado). Os mais otimistas são os verdes, que, apostam na visibilidade dada ao partido pela presidenciável Marina Silva para saltarem de uma para quatro cadeiras. O objetivo das três legendas, porém, pode esbarrar na falta de um "puxador de votos", como têm PMDB e PSDB.

Outro partido que espera crescer é o PDT. Impulsionada pelo candidato ao governo do estado, Osmar Dias, a legenda pretende saltar de quatro para até seis cadeiras, mas pode encontrar problemas por estar em uma chapa com PMDB e PT.

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