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O posicionamento político das universidades em relação às eleições é um assunto controverso mesmo entre professores do ensino superior. Para Gastão Octávio Franco da Luz, professor e pesquisador aposentado da UFPR, o educador tem a obrigação de compartilhar dentro de sala de aula todas as tendências envolvendo o conhecimento, como uma forma de liberdade de pensamento. "Jamais me posicionei em relação a time de futebol, corrente religiosa. Em relação a partido, penso a mesmíssima coisa. Isso não interessa, porque, enquanto professor, você tem uma arma na mão. O conhecimento induz e manipula", afirma. "Isso não implica em neutralidade, porque o conhecimento não é neutro. Mas não posso e não devo fazer a cabeça de ninguém. Devo sim é abrir todos os canais do conhecimento." Destacando que a educação não envolve tutelagem nem indução, Luz pondera que todos estudam para serem capazes de discernir e tomar decisões por conta própria – e não para se submeterem a uma lavagem cerebral.

Já a professora da UFPR Araci Asinelli da Luz, doutora em Educação, defende que o reitor de uma universidade, falando como representante da instituição, deve ter cautela ao se posicionar politicamente, uma vez que no corpo acadêmico existem várias correntes ideológicas e, portanto, pode não haver consenso institucional sobre determinado candidato ou partido. "Mas como cidadão, o reitor deve se posicionar frente a avanços ou retrocessos do ensino superior. Não se trata de impor sua vontade, mas de trazer à tona pontos que normalmente não são discutidos na campanha, como forma de contribuir com os demais, como um dever de cidadania."

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