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Procuradoria não quer fim de investigação

A Procuradoria-Geral Eleitoral, em Brasília, deu parecer favorável à continuidade da investigação sobre o suposto caixa 2 na campanha de reeleição de Beto Richa (PSDB) e Luciano Ducci (PSB) à prefeitura de Curitiba, em 2008. A vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, e o subprocurador-geral da República, Edilson Alves de França, negaram no último dia 14 o recurso apresentado pela defesa do ex-prefeito e agora candidato ao governo do estado para que as investigações não prosseguissem.

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Atendendo a pedidos da coligação de Beto Richa (PSDB) ao governo paranaense, a Justiça Eleitoral suspendeu ontem a divulgação de mais duas pesquisas de intenção de votos no Paraná. Já são cinco os levantamentos barrados a pedido da campanha de Richa em poucos dias. Na semana passada, os tucanos obtiveram a suspensão de mais uma pesquisa do Datafolha, outra do Ibope e uma terceira do Vox Populi.

O juiz auxiliar Nicolau Konkel Júnior concedeu liminar que suspendeu um novo levantamento do Datafolha. Ele alegou falta de critérios de ponderação quanto ao grau de instrução e nível econômico dos 1.490 entrevistados. Pela falta dos mesmos critérios, o juiz eleitoral Luciano Carrasco proibiu a divulgação da pesquisa do Instituto Brasil, que seria realizado apenas em Cianorte (Noroeste do estado).

Diante das proibições, a Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa lamentou ontem as sucessivas representações contra a divulgação dos últimos levantamentos. "Respeitamos a decisão da Justiça, tomada com base no devido processo legal. Entretanto, entendemos que o maior prejudicado com esse desfecho foi o próprio eleitor paranaense, privado do seu direito constitucional de livre acesso à informação", diz a associação, em nota.

O último levantamento sobre a intenção de votos do paranaense para o governo foi divulgado em 16 de setembro. Na ocasião, os candidatos Richa e Osmar Dias (PDT) estavam tecnicamente empatados na disputa, dentro da margem de erro de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos. Mas o tucano aparecia à frente, com 45% das intenções de voto contra 40% do pedetista.

O juiz Konkel Júnior, responsável pela suspensão do último Datafolha, diz que a ausência de indicação de critérios de levantamento (o grau de instrução e nível econômico do entrevistado) comprometia os resultados. "A indicação desses critérios é de vital relevância para atribuir confiabilidade à pesquisa, impedindo-se que somente alguns segmentos do eleitorado sejam entrevistados", diz o juiz. Ele fixou multa de R$ 100 mil se a decisão for descumprida.

De acordo com o magistrado, a pesquisa anterior do Datafolha foi registrada exatamente nos mesmos moldes. A reportagem tentou entrar em contato com o Datafolha para saber as razões de a metodologia ter sido mantida, mas não obteve resposta.

Em artigo publicado ontem no jornal Folha de S. Paulo, o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, chamou o Paraná de "sombrio laboratório da classe política" ao criticar a atitude de Richa de censurar pesquisas.

Beto Richa alegou ontem, ao chegar ao debate da RPC TV, que pediu a proibição da divulgação das pesquisas eleitorais no estado porque elas estariam errando os resultados. Segundo ele, os números não estariam batendo com os dados das pesquisas internas do PSDB. "Fomos ver e achamos erros nas pesquisas."

Rodrigo Rocha Loures (PMDB), candidato a vice-governador na chapa de Osmar Dias, condenou a suspensão das pesquisas. Disse que os paranaenses estão tendo seu direito de acesso à informação negado pelo adversário. Já a coligação de Richa alegou que as pesquisas não preenchiam requisitos legalmente exigidos e que a falta dessas informações implica em perda de transparência do levantamento.

Serviço:

A última pesquisa divulgada foi produzida pelo Datafolha, que ouviu 1.246 pessoas entre os dias 13 e 14 de setembro. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos.

A pesquisa está registrada no TRE-PR com o número 21.776/2010 e no TSE sob o nº 30.034/2010.

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