
Brasília - Em uma disputa marcada por troca de acusações, guerra jurídica e os efeitos do "mensalão do DEM", o neopetista Agnelo Queiroz foi eleito governador do Distrito Federal, com 66,10% dos votos válidos. O ex-comunista, filiado ao PT há dois anos, impôs uma derrota histórica ao clã Roriz, cuja representante, Weslian Roriz (PSC), obteve 33,90% da fatia do eleitorado.
O triunfo de Agnelo marca o retorno do PT ao Palácio do Buriti, sede do governo local, após Cristovam Buarque (hoje no PDT) cumprir o mandato, em 1998. O ex-ministro do Esporte deixou o PCdoB em julho de 2008, sob os auspícios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Despontou na corrida distrital, desbancando nomes tradicionais do partido e costurando uma aliança com o PMDB, rival histórico no tabuleiro político brasiliense.
Desde a realização de eleições para governador no DF, em 1990, esta é a primeira vez que o sobrenome "Roriz" sai derrotado das urnas amargo resultado para Weslian, que substituiu a nove dias do primeiro turno o marido, barrado pela Lei da Ficha Limpa. Joaquim Roriz venceu as eleições para governador em 1990, 1998 e 2002. Em 2006, derrotou Agnelo na briga por uma vaga ao Senado e acabou por renunciar um ano depois para escapar de um processo de cassação.
Para construir os alicerces da vitória, Agnelo aproximou-se do peemedebista Tadeu Filippelli (ex-aliado de Roriz), alçado ao papel de vice. Formou inicialmente uma aliança com 11 partidos, que reúne inclusive personagens envolvidos no esquema revelado pela Operação Caixa de Pandora.
Agnelo Queiroz assumirá o governo do Distrito Federal após a turbulência política sem precedentes provocada pelo "mensalão do DEM". Em um ano, o DF teve quatro nomes diferentes no comando do Executivo local: José Roberto Arruda (que terminou preso), Paulo Octávio (o vice de Arruda, que renunciou), Wilson Lima (o presidente da Câmara Legislativa, catapultado ao Palácio do Buriti) e o atual, Rogério Rosso, eleito indiretamente para um mandato tampão.



