O PT nega que tenha como norma expulsar ou mesmo punir parlamentares que se posicionem contrariamente à legalização do aborto. Os casos dos deputados Luiz Bassuma e de Henrique Afonso seriam exceções. Eles, segundo lideranças do partido, sofreram punições por tomarem decisões mais radicais, pedindo, por exemplo, a abertura de uma CPI do Aborto.
No processo disciplinar que correu contra Bassuma, por exemplo, o Diretório Nacional afirma que "o Estatuto do PT garante a todo e qualquer filiado o direito de manifestação pública sobre questões doutrinárias e políticas". Mas afirma que isso precisa ser feito "respeitosamente e dentro dos limites éticos cabíveis".
No entendimento do diretório, porém, Bassuma "não se limitou ao mero exercício do direito à liberdade de expressão, mas assumiu uma dimensão militante e agressiva contra diretriz definida em resolução do 3º Congresso Nacional do PT". Além disso, segundo o documento, ele "teve atitudes desrespeitosas e ofensivas à ética partidária em relação a militantes e parlamentares petistas que defendem a descriminalização do aborto".
O PT ainda usa como argumento o fato de que, na atual legislatura, participaram da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Vida e Contra o Aborto, desde 2007, pelo menos 22 deputados federais e senadores que são ou foram do partido. E apenas Bassuma e Afonso foram punidos. No Paraná, dos cinco parlamentares federais que o partido teve na legislatura, estiveram na Frente o senador Flavio Arns, que hoje está no PSDB, e o deputado federal André Vargas.
Em entrevista à Gazeta do Povo no dia 13 de setembro, Vargas afirmou que nunca sofreu qualquer tipo de pressão do partido para deixar a comissão ou para mudar de posicionamento. "Eu sou coordenador na Região Sul da Frente. Essa é uma questão de foro íntimo, não cabe fechar questão", afirmou o deputado.
Entre os parlamentares de mais destaque do PT que já passaram pela comissão estão o senador Tião Viana, eleito no último domingo como governador do Acre, e o senador sul-mato-grossense Delcídio do Amaral.
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