Quando o mais votado não é eleito

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As eleições para os cargos de deputado federal e estadual obedecem ao critério da proporcionalidade. Assim, o número de vagas de cada partido é definido pelo quociente eleitoral. Nessa conta, o número de votos nos candidatos e na legenda é dividido pelo número de vagas no parlamento. O sistema cria, portanto, a possibilidade de parte das vagas no Legislativo ser preenchida por candidatos que receberam poucos votos, enquanto outros com votações maiores ficam de fora.

O Paraná tem direito a 30 deputados federais. Se o estado tiver 5 milhões de votos válidos, o quociente eleitoral será de 166 mil votos (5 milhões dividido por 30). Somente os partidos ou coligações que alcançarem o quociente eleitoral de 166 mil votos terão direito a eleger deputados. Em uma situação hipotética, uma coligação faz 180 mil votos, superando o quociente eleitoral. O candidato mais bem votado da coligação será eleito. Já um candidato que obteve mais votos, mas por uma coligação com votação inferior ao quociente eleitoral, não será eleito.

Um exemplo ocorreu em 2002, quando o já falecido Enéas Carneiro teve mais de 1 milhão de votos para deputado federal. Sua votação ajudou a eleger cinco candidatos. Um deles, Vanderlei Assis, que teve apenas 375 votos.

São considerados votos válidos os votos nominais (no número do candidato) e os votos para a legenda (apenas no número do partido). Votos brancos e nulos não entram na conta. As votações para os cargos de presidente, governador e senador não interferem na eleição para deputado federal ou estadual.

Coligação

Como os partidos podem se coligar, na prática todas as siglas aliadas formam um único "partidão" para a eleição. Nas eleições para deputado, a votação da coligação é a soma dos votos nominais (nos candidatos) e dos votos nas legendas de cada partido. O voto na legenda é contado para os candidatos da coligação. Ou seja: se o eleitor vota em um candidato porque acha que ele é honesto, pode ajudar a eleger um candidato acusado de envolvimento em escândalos que integre a mesma coligação.

No Paraná, a coligação Novo Paraná, que apoia Beto Richa para o governo do estado, é formada por 14 partidos (PSDB, PSB, PP, DEM, PPS, PTB, PRB, PRP, PHS, PTC, PSDC, PTN, PSL e PMN). Já a coligação A união faz um novo amanhã, que apoia Osmar Dias, tem sete partidos (PDT, PMDB, PT, PC do B, PSC, PR e PT do B).