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Uma reportagem publicada na edição desta terça-feira do jornal britânico Financial Times afirma que ainda não é totalmente clara a direção que seria dada à economia brasileira por um eventual governo Dilma Rousseff, apesar da candidata do PT prometer a continuidade das políticas de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso eleita.

O jornal diz que o governo vem enviando sinais ambíguos em relação à manutenção da atual política macroeconômica, em particular sobre sua disposição em reduzir gradualmente o déficit público.

Segundo o FT, o montante da dívida pública em termos brutos vem aumentando durante o governo atual, e seria "essa ambiguidade que tornaria difícil prever que rumo será dado à economia sob o governo Dilma Rousseff".

No texto intitulado "Lula se revela um político difícil de suceder", o jornal comenta que apesar da enorme liderança nas pesquisas de opinião, Dilma não é recebida pelos eleitores com a mesma admiração reservadas ao presidente Lula.

Segundo a reportagem, num comício realizado em Porto Alegre na semana passada, Dilma só conseguiu empolgar a multidão ao comentar o sucesso da capitalização da Petrobras que obteve US$ 67 bilhões com a venda de ações.

"Nós tivemos que vender algum pedaço da Petrobras para conseguir (o dinheiro)? Não, hoje nós demos de volta ao povo brasileiro o que tinha sido vendido antes", é a frase de Dilma citada pela matéria do FT assinada pelo repórter Jonathan Wheatley.

Para ele, o comentário da candidata estabelece uma comparação direta com a capitalização da Petrobras feita durante o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, que obteve US$ 4 bilhões.

Estado maior

O Financial Times acredita que os comentários da candidata ao ressaltar a operação financeira, que acabou aumentando a participação do governo na empresa, pode ser um indicativo de que sob o comando de Dilma o Estado brasileiro iria ampliar sua participação na economia.

O jornal cita uma declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega após a capitalização da Petrobras, dizendo que com a operação o governo teria aumentado de 40% para 48% a participação no capital da empresa.

A reportagem diz, entretanto, que os assessores de Dilma garantem que o petróleo "é um caso isolado" por ser matéria-prima especial".

Um assessor econômico próximo de Dilma teria garantido ao FT que, se eleita, a nova presidente iria manter inalterados os três pilares em que o governo Lula baseia sua política econômica: metas de inflação, câmbio livre e redução gradual do déficit público.

Pela reação da plateia durante o comício de Porto Alegre, a reportagem do Financial Times conclui que o que os eleitores de Dilma Rousseff desejam mesmo é a manutenção da política do presidente Lula.

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