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Cleusa: abaixo-assinado e negativas da prefeitura para deixar a Erasto mais segura | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Cleusa: abaixo-assinado e negativas da prefeitura para deixar a Erasto mais segura| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Entretenimento

Por uma cidade mais turística e com mais atrações para visitantes

Mesmo sem shows ou apresentações artísticas, a Pedreira Paulo Leminski e a Ópera de Arame atraem muitos turistas para o bairro Abranches durante o dia. Muitos deles atravessam a Rua João Gava e vão comprar alguma lembrancinha ou quitute na loja Gaúcho da Ópera, que Edite Pereira da Cunha, 47 anos, mantém há quase 15 anos. Atendendo a todas essas pessoas, a empresária formulou algumas sugestões para fomentar o turismo em Curitiba.

"A Ópera de Arame tem de abrir todos os dias. Vem muita gente aqui na segunda-feira e a encontra fechada. Muitos vêm de carro, de uma viagem pelo Sul, e param aqui no caminho. Mas dão com a porta fechada e vão embora", opina Edite. Para ela, é preciso criar novas atrações para que os turistas fiquem mais tempo na capital paranaense. "Mesmo as apresentações de Natal. Escuto falarem que já viram o coral do HSBC, e por isso não vão vir de novo, porque não querem ver a mesma coisa." Edite lembra que os shows na Pedreira costumavam criar muitos transtornos, mas ela diz que são importantes para outros comerciantes da rua, e também ajudam a atrair turistas.

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  • A mãe de Silvia aguarda desde terça uma vaga na UTI
  • Para Edite, turismo precisa de mais atrações
  • Roseli está satisfeita com o local onde vive, mas pede atenção das autoridades ao córrego

Bastam cinco minutos em frente ao número 3.654 da Avenida Paraná, em Curitiba, para se escutar várias reclamações sobre o sistema de saúde da capital. Na calçada em frente ao Centro Municipal de Urgências Médicas (CMUM) do Boa Vista, as pessoas compartilham as histórias de dificuldade que algum familiar enfrentou para ser atendido. A apreensão pode durar apenas algumas horas, como ocorreu com a dona de casa Leodina da Silva Santos, 47 anos, ou perdurar até hoje, para a infelicidade de Silvia Mara Gonçalves, de 28 anos.

O CMUM vive lotado, e não é para menos. A Regional Boa Vista é a mais populosa de Curitiba, com 248,6 mil moradores (14,2% do total). Na manhã de quinta-feira passada, Leodina estava torcendo para que fosse encontrada uma vaga em hospital para o filho, que necessitava de uma cirurgia de apêndice. Ela e a filha, Elivânia, estavam apreensivas com a demora, pois o jovem, de 18 anos, já sentia dores desde terça-feira.

Na calçada do CMUM, Leodina e Elivânia conversavam com outras pessoas sobre a situação. "Como é que uma cidade desse tamanho não tem vaga no hospital? O que parece é que estão só pensando na Copa, em arrumar ruas e estradas, e estão deixando de lado a coisa mais importante, que é a saúde", diz Elivânia, de 26 anos, que faz faculdade de secretariado executivo. Felizmente, ainda na quinta-feira à tarde o irmão dela foi levado ao Hospital do Trabalhador para ser operado.

Sem UTI

A angústia de Silvia está sendo mais longa. Na terça-feira de manhã ela saiu de casa correndo para levar à mãe ao CMUM. Os exames também demoraram para serem feitos, e o diagnóstico foi de derrame – ela precisava de uma vaga de UTI, que não tinha aparecido até o domingo à tarde. Na quarta-feira, a mãe de Silvia tinha uma tomografia às 16h30, no Hospital do Idoso. "Mas ela foi transportada apenas às 19h30, porque antes não havia ambulância com respiradouro. E de noite, a ambulância teve que correr, porque o oxigênio acabou", relata. Ontem, a mãe ainda aguardava a vaga. "A situação dela melhorou, então estão passando as vagas que abriram para os doentes com caso mais grave, mas ela ainda precisa", conta Silvia. Ela, que trabalha como doméstica, perdeu serviço vários dias para ver a mãe nos horários de visita – o CMUM fica distante de sua casa, no Pilarzinho.

Na Unidade de Saúde Fernando de Noronha, a espera por uma consulta também é grande, mas Roseli Aparecida Campos de Souza, 42 anos, avalia que o atendimento está bom. Ela, que trabalha como diarista, tem uma casa à beira de um córrego na Bacia do Atuba, no bairro Santa Cândida. A proximidade com a água não a assusta; Roseli disse que está muito satisfeita com sua moradia e que não tem planos de sair de lá. A casa em que habita é da família do marido, e já tem quase 30 anos, segundo ela. "A prefeitura já falou que não dá para fechar, mas a gente queria que trouxessem mais terra, para não desmoronar. Meu marido plantou umas árvores, para ver se ajuda." Eles tentam cuidar do local, mas vem muito lixo da correnteza acima. "O povo não cuida, é uma pena."

Menos espaço para estacionar irrita moradores

A iniciativa da prefeitura de Curitiba de eliminar vagas de estacionamento para agilizar o trânsito vem provocando a ira de comerciantes como Mauro Oeller, 53 anos, e a farmacêutica Cleusa Berta, 58 anos. Em 2009 foram retiradas as vagas que existiam na altura do número 2.078, na Avenida Erasto Gaertner, no Bacacheri. Nem à noite ou aos finais de semana pode-se parar. Do outro lado da rua ainda é permitido, mas isso não impediu uma queda de 30% nas vendas da farmácia Solar, de Cleusa. E isso nem foi o pior: há um ano, a filha dela, de 13 anos, foi atropelada ao tentar atravessar a rua. O susto foi grande, mas a menina teve apenas um ferimento na cabeça e ficou bem.

"Mudaram a rua e colocaram um sinal de pedestre que ninguém respeita. A rua virou uma rápida, uma estrada", disse Cleusa. Antes mesmo de conversar com a farmacêutica, a reportagem da Gazeta do Povo havia comprovado o perigo de atravessar a Erasto naquele ponto. A Urbs, entretanto, atestou que a "travessia pode ser feita com muita segurança".

O documento da Urbs foi uma resposta às inúmeras solicitações que Cleusa fez à Câmara de Vereadores e à prefeitura. Elas e os outros comerciantes queriam a volta da vaga de estacionamento e uma solução para a alta velocidade dos veículos. Para isso, ela coletou mais de 750 assinaturas para um abaixo-assinado. Mas as negativas do poder público derrubaram as tentativas de mudança. "Uma senhora com labirintite quase foi atropelada ao atravessar a rua. Ela fez reclamação ao 156 ainda em 2009, mas não mudou nada."

A ira dos comerciantes aumenta ao olharem para a quadra seguinte e verem que é permitido estacionar, ao menos à noite e aos fins de semana. "Não entendo como na quadra de baixo pode e aqui não. É um absurdo" diz Mauro Oeller, gerente da Moreira Lanches. Para Cleusa, a calçada é bastante larga e por isso seria possível fazer um recuo permanente para vagas de estacionamento.

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