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A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, disse nesta segunda-feira (15) considerar um "escândalo" a proposta de seus adversários de reduzir o número de ministérios. Atualmente há 39 pastas no governo federal.

Durante evento na Cufa (Central Única de Favelas), ela defendeu nominalmente a permanência das secretarias especiais dos Direitos Humanos, Igualdade Racial, Mulheres, Empreendedorismo e Aviação Civil - todas têm status de ministérios. "Tem gente querendo acabar com esses ministérios", disse ela para uma plateia de cerca de 500 jovens. Ela participou de apresentação sobre o livro "Um país chamado favela", de Celso Athayde e Renato Meirelles em Madureira, zona norte do Rio.

A presidente conheceu as instalações da Cufa sob o viaduto Negrão de Lima. Durante a visita, dançou com jovens numa das quadras do espaço, sobre um tablado quadriculado. "Eu acho um verdadeiro escândalo querer acabar. Eu criei dois ministérios. Um da Aviação Civil, com consciência absoluta de que havia uma verdadeira revolução no transporte por aviões no Brasil. Saiu, em 2003, de 33 milhões de passageiros por ano para 111 milhões. Ampliação de aeroporto no Brasil é uma exigência para a inclusão social no Brasil", disse Dilma, em entrevista.

Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) criticam o atual número de ministérios. Afirmam haver excesso de pastas criadas apenas para acomodar representantes dos partidos aliados.

Dilma fez ainda uma crítica indireta a Marina. A candidata do PSB afirma que escolherá os melhores quadros da academia, empresas privadas e diferentes partidos para governar. "Eu não acredito no governo dos bons. Tem os bons e os maus e eu escolho os bons. Eu acredito num governo que tem legitimidade no voto popular. [...] Não existe democracia sem partidos políticos. Quando você acabar com os partidos políticos, certamente vai haver alguém por trás dirigindo a cena dos bastidores. Geralmente gente muito rica. Aí você muda de um governo democrático para oligárquico disfarçado de democrático."

A presidente não quis se posicionar sobre a proposta de fim da reeleição, defendida por seus adversários. Ela afirmou que se trata de uma discussão "tópica" que deve levar em conta outros pontos de uma eventual reforma política. "Sou capaz de fazer um compromisso de lutar incansavelmente por uma reforma política. Não é pura e simplesmente medidas tópicas. Acho meus adversários interessantes. Um deles, o partido dele criou a reeleição."

Ela voltou a defender um plebiscito sobre o tema. A presidente citou diversos pontos que deveriam ser discutidos. Posicionou-se apenas sobre a coincidência de mandatos de presidente, governadores e prefeitos.

"A reforma política não é possível sem a participação popular. Nós não faremos reforma política sem que haja plebiscito. Só tenho posição num contexto global. Se a reforma política é para tirar o povo da participação política, não sou a favor. Tem gente querendo que o povo só vote de 5 em 5 anos. Vai coincidir mandato ou não? Sem discutir isso, nós não modelamos a reforma que queremos. Acho que os partidos devem ser reformados. Acho também que não pode ter um número absurdo de partidos políticos. Creio que só o povo brasileiro tem legitimidade e o poder de fazer passar uma reforma política no Brasil", disse.

Petrobras

Dilma também criticou a fala de Marina sobre a Petrobras, que acusa o PT de ter nomeado Paulo Roberto Costa como diretor da estatal para "assaltar" a empresa. "Lamento o que falou a outra candidata. Até porque dos 12 anos aos quais ela se refere, 8 ela estava no governo como eu. Os três anos em que ele não esteve foi quando ela também não estava. Portanto acho que aquilo é uma fala que não é de muito alto nível", disse Dilma.

Ela disse que as denúncias contra o ex-diretor aconteceram graças a investigações feitas por órgão do próprio governo, a Polícia Federal. "Em qualquer empresas pode haver malfeitos. O que tem que fazer é investigar. Quem não investiga, não descobre. Tudo o que está sendo revelado sobre a Petrobras foi investigado pela Polícia Federal, que é um órgão do governo federal. Sempre demos extrema liberdade para todas as investigações."

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