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Casos de corrupção estimulam a defesa das privatizações

O escândalo do suposto desvio de dinheiro na Petrobras dá um novo fôlego àqueles que defendem as privatizações das empresas estatais. O argumento costuma ser de que é melhor vender a empresa do que deixá-la sob o risco de corrupção. Sempre polêmico, o tema entrou na atual campanha presidencial nos discursos do candidato Pastor Everaldo (PSC), que defende justamente a privatização da Petrobras. Para ele, a estatal seria melhor administrada pela iniciativa privada.

Popularizada na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), as privatizações começaram cinco anos antes. Fernando Collor (1990-1992) foi o primeiro a adotar a venda de estatais como parte de seu projeto econômico, o Programa Nacional de Desestatização (PND).

O processo continuou, em menor grau, na gestão do sucessor Itamar Franco (1992-1995). O ápice das privatizações no Brasil ocorreu no governo FHC. Diversas empresas, de vários setores da economia, foram repassadas à iniciativa privada. Nos governos do PT, o processo voltou a esfriar, já que Lula (2002-2011) e a presidente Dilma Rousseff nunca esconderam a inclinação negativa para essa política. Mas os petistas adotaram o modelo de concessões, por meio do qual o governo cede, por tempo determinado em contrato, a administração de estatais à iniciativa privada

"Quando vota no governante, de certa forma, a população elege o modelo de governo. Os candidatos precisam apresentar de maneira bem clara [os programas e a possibilidade de privatizações], pois existem extremos", ressalta Christian Luiz da Silva, professor de economia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

A discussão envolve, entre outros aspectos, qual o limite ideal para que o governo não perca o controle de setores estratégicos para a economia nacional. Para o chefe do departamento de economia da UFPR, João Basílio Pereima, essa barreira está prestes a ser rompida. "Governo já se desfez do que poderia. Restam poucas empresas que ainda poderiam ser repassadas para iniciativa privada. Muitas vezes, a população desconhece como é a estrutura das atividades reguladas e quais seriam os impactos na economia", pondera Pereima.

Reflexos

O repasse da Petrobras para iniciativa privada teria reflexos, positivos e negativos, no dia a dia da população. Poderia afetar, de acordo com a dinâmica do mercado, a variação dos preços dos combustíveis, hoje regulados pelo governo. "Isso pode ser positivo como negativo. Negativo porque poderia subir. Por outro lado não haveria problema de fornecimento", afirma o professor Christian Luiz da Silva, da UTFPR.

Carlos Guimarães Filho

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  • Pastor Everaldo recolocou as privatizações na campanha: ele defende Estado mínimo e diz que vai vender a Petrobras

O escândalo do suposto desvio de dinheiro na Petrobras dá um novo fôlego àqueles que defendem as privatizações das empresas estatais. O argumento costuma ser de que é melhor vender a empresa do que deixá-la sob o risco de corrupção. Sempre polêmico, o tema entrou na atual campanha presidencial nos discursos do candidato Pastor Everaldo (PSC), que defende justamente a privatização da Petrobras. Para ele, a estatal seria melhor administrada pela iniciativa privada.

"Não dá para dizer que [Dilma]não sabia de nada", disse Aécio. "Esse é o resultado mais perverso da pior das marcas do governo do PT, o aparelhamento do Estado brasileiro. " Aécio lembrou que Dilma sempre deu "atenção" à Petrobras desde que foi ministra das Minas e Energia do governo Lula. "Essas denúncias mostram que o mensalão não acabou. Criou-se o ‘mensalão 2’ durante todo esse período de governo do PT", prometeu o candidato. Aécio é o único dos três sem nenhum aliado envolvido nas denúncias.

Dilma procurou minimizar o caso, dizendo que, como ninguém foi formalmente denunciado, não existem suspeitas sobre seu governo. "[Uma reportagem, da revista Veja] não lança suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado", disse a petista. "Ao ter os dados [da investigação da Polícia Federal], eu tomarei todas as providências cabíveis", disse.

Seguindo a mesma linha de Dilma, mas de forma mais contundente, aliados da presidente passaram a colocar em dúvida a veracidade das informações da reportagem e as intenções de haver vazamentos de uma investigação em curso. O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse quem a denúncia é "um pouco de desespero para mudar o rumo da campanha". "Ninguém tem de ficar muito preocupado enquanto não tiver acesso ao inteiro teor dessa dita denúncia", disse ele, frisando que o governo não pode agir em cima de "boataria" e "denúncia que, no momento, é sem comprovação, sem fundamento". O coordenador financeiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, disse que "quem divulga tem interesse em prejudicar a candidatura [da petista]". "Mas a sociedade está atenta às denúncias e manipulações às vésperas das eleições", disse.

Já Marina afirmou que vai reagir às denúncias do envolvimento de Eduardo Campos "conversando" com as pessoas. "Vamos reagir conversando com as pessoas e fazendo tudo até com muita tranquilidade, porque nós somos democratas e acreditamos na democracia", disse ela. "Em honra ao nome de Eduardo Campos, vamos aguardar investigações", completou o vice de Marina, Beto Albuquerque (PSB). Apesar disso, a candidata não poupou o governo e afirmou que a Petrobras está sendo destruída pelo uso político, apadrinhamento e corrupção.

Presidente nega tarifaço, mas admite reajuste "pequeno" da gasolina

Estadão Conteúdo

A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) garantiu no sábado para uma plateia de taxistas que, se reeleita, não vai promover uma "tarifaço" (reajuste generalizado de impostos), nem um aumento significativo no preço da gasolina. "É um compromisso que eu assumo", disse. Alfinetando os adversários, a presidente afirmou que "tem gente" que quer que o governo atrele o preço da gasolina ao do petróleo no mercado internacional. Segundo ela, não é correto fazer essa relação, pois o preço internacional é muito volátil. "Se houver qualquer briga dos EUA com o Oriente Médio, o preço sobe. Se a Ucrânia e a Rússia brigarem por qualquer motivo, o preço sobre", disse. "Não é correto isso para o taxista." A política de preços dos combustíveis a qual o governo impõe à Petrobras é apontada por especialistas como um dos motivos dos problemas financeiros da estatal.

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