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Candidatos se preparam para o debate no estúdio da TV Band: clima tenso e de animosidade entre os concorrentes | Cesar Machado/ Gazeta do Povo
Candidatos se preparam para o debate no estúdio da TV Band: clima tenso e de animosidade entre os concorrentes| Foto: Cesar Machado/ Gazeta do Povo

Gazeta comentou debate em tempo real; veja como foi

O debate da Band foi comentado e analisado, em tempo real, pela Gazeta do Povo. Veja como foi.

Nos blogs: memes e análise

O blog Sintonizando, do jornalista Willian Bressan, fez uma lista dos memes do debate.

Já o blog Interrompemos Nossa Programação, do jornalista Rodrigo Apolloni, fez uma análise afirmando que o debate foi azedo.

Opinião

Clima de agressividade

Rogerio Waldrigues Galindo, jornalista da Gazeta do Povo

A agressividade dos três candidatos mais fortes no debate da TV Band é um reflexo do acirramento da disputa no estado. Roberto Requião tentou mostrar que a disputa está entre ele e Richa e se irritou visivelmente quando o governador devolveu no mesmo tom, chamando-o de mentiroso. Richa, por sua vez, foi de sola em Gleisi Hoffmann, que também não aliviou no tom. Os três mostraram que as próximas semanas serão de grande tensão nos comitês.

O clima do debate pode ser percebido pelo alto número de pedidos de direito de resposta. Só nos dois primeiros blocos, foram 11, e chegou a haver direito de resposta para rebater o que o candidato havia dito em seu direito de resposta.

Dificilmente o debate mudará radicalmente as posições dos candidatos. O debate passou tarde da noite e é provável que pouca gente tenha visto. No entanto, foi a primeira vez que o eleitor pôde assistir em rede de tevê aos três candidatos se enfrentando diretamente, sem a facilidade do marqueteiro ditando o texto e o conforto de poder regravar o que desse errado. Alguém poderá dizer que houve muitos ataques e poucas propostas. Verdade. Mas isso pode ser bom. O eleitor tem direito de saber como seu candidato se sai quando é cobrado sobre temas difíceis.

  • Requião e sua mulher, Maristela, aguardam o começo do debate
  • Richa chega de carro à TV Band, cercado por cabos eleitorais

Os três principais candidatos ao governo do Paraná partiram para o ataque ontem à noite no debate da TV Band Curitiba, primeiro embate direto entre os concorrentes transmitido pela televisão na campanha deste ano. Em um programa com poucas propostas, Beto Richa (PSDB), Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT) trocaram acusações, apontaram fragilidades mútuas e falaram sobre temas como pedágio, saúde, educação e aposentadorias pagas a ex-governadores.

A presença de mais cinco candidatos – Bernardo Pilotto (PSol), Ogier Bucchi (PRP), Rodrigo Tomazini (PSTU), Geonisio Marinho (PRTB) e Tulio Bandeira (PTC) – pulverizou a discussão e acabou inviabilizando a exposição de propostas por parte dos principais concorrentes, que partiram para as críticas logo no primeiro bloco, com um confronto direto entre Requião e Richa.

O tucano acusou Requião de "tentar dissimular e confundir a opinião pública". "Já está de cabelo branco, é hora de começar a falar a verdade", disse Richa. Requião afirmou que o candidato à reeleição usa de "truculência e exibicionismos" e questionou a política de substituição tributária do atual governo, que segundo ele "derrubou 40 mil empregos". Richa mandou o adversário "manter o equilíbrio".

Gleisi Hoffmann foi questionada pelo candidato à reeleição sobre a demora por parte do governo federal, do qual ela fez parte, na liberação de empréstimos para o Paraná. "O Paraná é o quinto maior contribuinte [do país] e o último a receber empréstimos do governo federal", criticou Richa. A petista respondeu que a argumentação do governador era uma "tentativa de justificar a incompetência administração e de gestão do Paraná". "São R$ 817 milhões [do empréstimo]. [Richa] administrou mais de R$ 100 bilhões. Gostaria de saber o que [ele] fez com os R$ 100 bilhões."

Richa atacou o governo federal e disse que há "obras superfaturadas, corrupção e líderes [do PT] na penitenciária da Papuda". Gleisi fez menção então ao caso da "sogra fantasma" (sogra de um assessor de Richa que era funcionária fantasma da Assembleia Legislativa do Paraná). "Em nenhum momento criamos [no governo federal] uma secretaria especial para colocar genro de sogra fantasma." Gleisi disse ainda que Beto Richa sempre se mostra "surpreso" quando algo de ruim ocorre no estado. "É um governante de surpresas; parece um governante Kinder Ovo".

Requião aproveitou uma pergunta do candidato do PRTB para dizer que Richa não trabalha. "[Richa] não gosta de trabalhar, acorda tarde, está muito preocupado com o bronzeado e com o cabelo." O tucano obteve o direito de resposta e disse que Requião é um "senador turista". "É o que mais viaja ao exterior com dinheiro público", criticou. "Na Granja Canguiri [residência oficial do governo do estado], cavalgava todas as manhãs. Era R$ 8 milhões para ele poder se divertir todas as manhãs."

Requião foi questionado por Gleisi Hoffmann pelo fato de ele receber aposentadoria de ex-governador. O peemedebista disse que abriu mão do benefício por 16 anos, deixando de receber R$ 5,5 milhões, e que aceitou os recursos para pagar por condenações judiciais por denunciar "ladrões". "Fazer o povo do Paraná pagar por aquilo que o senhor fala?", questionou a petista.

Tulio Bandeira ainda tocou em um tema delicado para Gleisi Hoffmann, a prisão de Eduardo Gaievski, seu ex-assessor na Casa Civil do governo federal, suspeito de pedofilia. A petista acusou então Bandeita de ter "30 inquéritos policiais nas costas". "[O senhor] não tem moral para chegar aqui e cobrar posicionamento. Nunca respondemos por formação de quadrilha nem fomos presos por isso."

Curiosidades

Veja alguns momentos curiosos que ocorreram antes e durante o debate na TV Band Curitiba:

O primeiro candidato a chegar à sede da Band TV, mais de uma hora e meia antes do início do debate, foi Geonísio Marinho (PRTB). Em seguida apareceram Ogier Buchi (PRP) e Roberto Requião (PMDB). O governador e candidato à reeleição Beto Richa (PSDB) foi o último.

A briga para ver quem faria mais barulho começou antes do debate. Um carro de som da campanha de Richa disputava as atenções com outro que tocava jingles de Requião. Como o da campanha tucana se posicionou na parte mais alta da Rua Santa Cecília, no bairro Vista Alegre, onde fica a Band, os jingles do governador prevaleceram. Richa, aliás, foi recebido com uma bateria de fogos de artifício que durou mais de 5 minutos.

No início da transmissão, as câmeras da Band flagraram Bernardo Pilotto (PSol) se concentrando de olhos fechados. Em pouco tempo, a imagem virou "meme" nas redes sociais, com a foto do candidato seguida do símbolo de sono: zzzzzzzzzzzzzzzz!

Fiel a seu estilo, Requião disse antes do debate que não precisou se preparar para a discussão. "Já fui governador do Paraná três vezes e não preciso me preparar para o debate. Quem precisa se preparar são os outros", disse.

A experiência de Requião em debates, porém, não foi suficiente para evitar que ele tropeçasse na língua. Em determinado momento, disse que "construiu" quatro helicópteros quando era governador.

A pressão de participar de um programa ao vivo também afetou outros candidatos. Gleisi Hoffmann (PT) se referiu à recente rebelião na cadeia de Cascavel como tendo ocorrido na penitenciária da Papuda – que fica em Brasília e onde estão presos os petistas condenados pelo mensalão. Já Rodrigo Tomazini (PSTU) disse que a classe trabalhadora estava mobilizada para evitar a "privatização" do HU (Hospital Universitário). Na verdade, ele queria se referir ao HC (Hospital de Clínicas). Em outro momento, Tomazini, ao criticar o governo federal, disse que o PT privatizou "portos e desportos".

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