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A vereadora pernambucana foi "desconvidada" do velório do primo, que ela não apoiava para presidente. Primos xarás foram à Justiça para poder usar o próprio nome nas urnas, e um corretor de imóveis disputa vaga na Câmara com o primo da TV.

As eleições deste ano colocarão em lados opostos integrantes de famílias conhecidas da política, como Arraes (PE), Bacelar e Magalhães (BA) e Russomanno (SP).

Na origem das divergências, o apoio a candidatos que não se bicam e disputas por espólios eleitorais.

Em Pernambuco, as diferenças entre Marília Arraes (PSB), vereadora do Recife, e o primo Eduardo Campos foram escancaradas quando ela declarou, em julho, apoio à presidente Dilma Rousseff.

Também criticou a tentativa de indicação de João, filho de Campos, para comandar o PSB jovem no Estado.

Quando Campos morreu, em agosto, Marília recebeu, segundo ela, um "recado" sobre a inconveniência de sua presença no velório. E deixou de ir. "Era um posicionamento da viúva e dos filhos, mas tinha que respeitar."

A ausência de Campos não amenizou a disputa política. E até piorou, diz a vereadora, desde a indicação, com o aval da família do ex-governador, de Marina Silva (PSB) como candidata a presidente.

"Ela [Marina] representa o que há de mais conservador na política, o que contraria o que o PSB sempre defendeu", ataca a prima de Campos.

A família mais tradicional da política baiana, o clã Magalhães, também trabalha dividida nestas eleições.

Sobrinho do senador Antônio Carlos Magalhães (1937-2007), o deputado federal Paulo Magalhães (PSD) tenta a reeleição na chapa do candidato do PT ao governo, Rui Costa.

Ele é tio do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que apoia Paulo Souto (DEM).

A separação dos parentes foi ratificada em 2011, quando Paulo deixou o DEM para se filiar ao PSD do vice-governador Otto Alencar. "Senti que precisava de mais espaço. Otto me amparou e sou muito grato por isso."

Mesmo no campo oposto, o deputado faz questão de repetir que não tem "nenhum problema" com ACM Neto.

Nome e sobrenome

Com graus distintos de acirramento, as eleições da Bahia e de São Paulo terão disputas entre primos por vagas na Câmara.

No front baiano, a rivalidade entre dois herdeiros do clã do ex-senador Rui Bacelar e do ex-deputado federal João Carlos Bacelar, morto em 2009, chegou aos tribunais.

Os primos têm exatamente o mesmo nome: João Carlos Bacelar, como o ex-deputado. Um é filho do ex-deputado e tenta a reeleição para a Câmara pelo PR. O outro é deputado estadual pelo PTN e também almeja um lugar na Casa federal.

Eles brigaram na Justiça pelo uso do nome na urna. Mesmo sendo filho do João Carlos Bacelar original, o deputado federal do PR perdeu a disputa e agora concorre apenas como João Bacelar.

Nessa contenda por votos, não faltam acusações. Os dois reclamam da semelhança entre os nomes.

"Ele [primo] engana meus eleitores", afirma o Bacelar do PTN. O Bacelar do PR rebate e chama o primo de "mestre em ludibriar".Em São Paulo, o apresentador Celso Russomanno (PRB), terceiro lugar na eleição para prefeito da capital em 2012, deverá ser um dos deputados federais mais votados do Estado.

Com pretensões mais modestas, um primo distante, do PMDB, também tenta uma vaga na Câmara.

Nascido Ricardo José Azevedo Sobrinho, o corretor de imóveis Ricardo Russomanno, como se apresenta na urna, conseguiu na Justiça o direito de usar o sobrenome, de uma avó, na identidade.

"O Celso me autorizou [a concorrer com o sobrenome], porque também sou Russomanno. Ele está a par de tudo", diz Ricardo.

Os primos estiveram juntos no PP em 2010, mas hoje apoiam candidatos diferentes ao governo: o PRB está na coligação de Geraldo Alckmin (PSDB), enquanto o PMDB lançou Paulo Skaf.

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