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Corrida estadual

Candidatos divergem sobre papel da Defensoria

Richa e Gleisi propõem ampliação do quadro de defensores. Já Requião prefere advogados dativos

 | Fotos: Cesar Machado/ Gazeta do Povo
(Foto: Fotos: Cesar Machado/ Gazeta do Povo)

Apesar de aparecer na Cons­­tituição de 1988 como instituição fundamental no acesso do cidadão à Justiça, a Defensoria Pública está presente em apenas 28% das comarcas brasileiras. No Paraná, a cobertura é ainda menor. São 20 comarcas com defensores, o que representa 12% das 161 comarcas paranaenses.

O estado foi um dos últimos a instaurar o órgão, em 2011. Atualmente a Defensoria estadual conta com 78 defensores, sendo que a maioria trabalha em Curitiba. Sobre o tema, os três principais candidatos ao governo do estado têm posições diferentes. Roberto Requião (PMDB), por exemplo, diz preferir as parcerias com os advogados dativos da OAB. "Os contribuintes não podem pagar a conta salgada de uma Defensoria Pública", diz.

A posição é compartilhada por muitos advogados, que veem dificuldades na implementação da Defensoria nos rincões do estado. Muitas comarcas contam com apenas um juiz. Em outras, nem sequer há magistrados. A própria OAB-PR considera que não é possível dispensar os advogados dativos, mesmo com a consolidação da Defensoria.

Para Patrícia Ketterman, presidente da Associação Na­­cional dos Defensores Pú­­bli­­cos, há bons indicadores para a Defensoria paranaense. "Paraná e Santa Catarina foram dos últimos estados a criar a Defensoria. Mas, ainda assim, o Paraná tem se estruturado de forma bem mais intensa. Destinou mais orçamento que permitiu estruturar melhor." Para ela, porém, o ideal é que a meta de um defensor por comarca seja perseguido.

Para Gleisi,atuação do órgão ainda é restrita

Gleisi Hoffmman (PT), candidata ao governo do Paraná.

Qual sua posição sobre a Defensoria Pública do estado?

A Defensoria Pública no estado do Paraná é importante porque é a possibilidade de defesa para as pessoas mais pobres, é a promoção dos direitos humanos.

Muitos não têm garantia de direitos porque não têm advogado ou defensor. Possibilitar defesa e garantir direitos é um dever do Estado.

A senhora pretende aumentar o orçamento e o quadro próprio de defensores?

Considerando o total de municípios paranaenses, pode-se dizer que a atuação da Defensoria Pública é bastante restrita no estado. Temos que avançar nesta questão e isso representa a necessidade de aumento no quadro de funcionários e consequentemente mais investimentos. Não é algo simples para se fazer, mas tem que ser feito. O Paraná foi um dos últimos estados do país a regulamentar a Defensoria Pública, somente em 2011, e temos que estruturá-la da melhor maneira possível.

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