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Candidatos ao governo

Entre os candidatos ao governo, apenas Gleisi Hoffmann teve mais de cem doadores diferentes. Os R$ 3,5 milhões declarados à Justiça Eleitoral na segunda parcial da prestação de contas vieram de 104 pessoas e empresas.

Já Beto Richa (PSDB), que arrecadou R$ 4,3 milhões, recebeu dinheiro e serviços de 61 doadores. Roberto Requião (PMDB) ficou com o menor número entre os três principais concorrentes ao Palácio Iguaçu. Vinte doações renderam ao candidato R$ 1,5 milhão.

Candidatos que concorrem a um dos quatro cargos em disputa no Paraná – deputado estadual e federal, senador e governador – já receberam R$ 50,6 milhões em doações de dinheiro e serviços para a campanha.

Enquanto alguns, especialmente os que disputam cargos majoritários, se destacam pelo alto valor arrecadado, outros, apesar de receberem valores relativamente baixos, chamam a atenção pela quantidade de doações, a maioria de pequenos valores.

Dos mais de 1.200 candidatos que solicitaram registro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), menos da metade, 578, apresentou a prestação de contas à Justiça Eleitoral. Apesar de as empresas serem as maiores doadoras, com 885 contribuições, os candidatos receberam também 2.946 doações de pessoas físicas. São "amigos", "apoiadores de movimentos sociais", "gente que acredita nas nossas propostas", afirmam.

Na corrida pelo quarto mandato na Assembleia Legislativa (Alep), o petista Tadeu Veneri é o líder disparado em número de doadores. O ex-bancário e ex-vereador de Curitiba recebeu 314 doações – apenas uma de pessoa jurídica. O candidato credita a integrantes de movimentos sociais e sindicais e a amigos da época em que trabalhava no banco o grande número de financiadores. Para Veneri, a estratégia "gera uma relação próxima com a campanha e uma rede de comprometimento com a candidatura".

Também petista, mas novato na disputa pela Alep, o vereador maringaense Humberto Henrique recebeu doações de 185 fontes diferentes. Assim como o colega de Curitiba, quase todas de pessoas físicas e de pequenos valores (veja infográfico ao lado). "São pessoas que acreditam no nosso projeto", diz o ex-líder comunitário.

"Nunca contratei cabos eleitorais", garante o vereador de terceiro mandato. Os R$ 45 mil arrecadados por Henrique em dinheiro e material de campanha vieram também de outros três candidatos petistas: Ênio Verri e Professora Marlei, que buscam uma cadeira na Câmara Federal, e Gleisi Hoffmann, postulante ao Palácio Iguaçu. Presidente licenciada da APP-Sindicato, órgão que representa os professores do Paraná, Marlei Fernandes de Carvalho, a Professora Marlei (PT), é a terceira candidata com maior número de doadores. Foram 150 até agora. "É a ajuda de companheiros, amigos, que estão sempre acompanhando a nossa trajetória, nossa luta", diz. Afilhada política do deputado federal Dr. Rosinha (PT), que decidiu não se recandidatar à Câmara Federal, Marlei tenta conquistar os votos dos eleitores identificados com o padrinho. Com uma arrecadação de R$ 76 mil e gastos de R$ 119 mil, espera fechar as contas no azul. "A campanha se intensifica nesse último mês", diz. É quando se reforça a "doação militante", avisa.

Próprio bolso

"Já é uma lógica, desde a primeira campanha, envolver amigos, colegas e conhecidos. A gente não é afeita a grandes doações e busca as pessoas", afirma Josete Dubiaski da Silva, a Professora Josete (PT), vereadora no terceiro mandato em Curitiba e que conta com 136 doadores até o momento. Defensora do financiamento público, que deixaria a disputa "mais igualitária", avisa, Josete é, no entanto, sua maior doadora. Dos R$ 119 mil que obteve para a disputa, R$ 81 mil vieram da própria candidata. "É um projeto. Vou guardando parte do meu salário de vereadora para as próximas eleições", explica.

Único dos cinco primeiros colocados no ranking dos candidatos com maior número de doadores que não é do PT, Homero Marchese (PV) é novato na política. Advogado que ganhou notoriedade no ano passado ao abandonar cargo concursado no Tribunal de Contas do Estado (TC) por discordar de "decisões políticas" em detrimento a decisões técnicas, ele recebeu 127 doações. Uma das explicações, segundo Marchese, é que os números refletem a realidade financeira da campanha: "Tudo é contabilizado", garante. "A doação de pessoa física, especialmente a de valores mais baixos, é uma prova inequívoca de que é de quem quer te ajudar", observa.

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