• Carregando...
 | Lineu Filho/Tribuna
| Foto: Lineu Filho/Tribuna

Depois de quase seis horas de bate-boca e muita confusão, a Polícia Militar (PM) apreendeu na tarde desta quinta-feira (2) material de campanha num comitê eleitoral do candidato à reeleição Beto Richa (PSDB), no bairro Portão, em Curitiba. Os panfletos foram levados após o barracão ser invadido pelo ex-secretário de Educação do Paraná Maurício Requião, irmão do candidato ao governo estadual Roberto Requião (PMDB), e pelo deputado federal Dr. Rosinha (PT), coordenador da campanha da presidente Dilma Rousseff no Paraná. Eles disseram ter ido ao local para denunciar a existência de panfletos apócrifos contra Requião e também contra a candidata Gleisi Hoffmann (PT).

VÍDEO: Canal de Requião divulga imagens da invasão

A imprensa não teve acesso ao material apreendido. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), porém, não foi encontrado entre os materiais do barracão qualquer panfleto apócrifo de cunho eleitoral. "[Portanto] não restou comprovada a prática de crime eleitoral", disse, em nota. Já o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) informou, por meio da assessoria de imprensa, que a caixa apreendida com 3 mil panfletos ainda está sendo analisada pelos oficiais de Justiça. O material tratava da relação entre Gleisi e seu ex-assessor na Casa Civil Eduardo Gaievski, condenado por abuso sexual de menores.

Ação policial

A confusão teve início no final da manhã, quando Maurício, Rosinha e integrantes da campanha peemedebista foram até o barracão tucano. O ex-secretário afirmou ter contatado a PM e a Polícia Federal enquanto se dirigiam ao local. Chegando lá, ele disse que uma Kombi carregada com panfletos apócrifos contra Requião e Gleisi estava deixando o barracão e, por isso, teriam tomado a decisão de entrar no local para evitar a saída de mais material. Maurício declarou ainda ter encontrado grande parte dos folhetos sendo queimada.

Diante do fato, os funcionários da campanha de Richa que trabalhavam no local acionaram o 190 da PM, por invasão de propriedade particular. Com a chegada dos policiais, houve um princípio de tumulto e Maurício Requião afirmou ter recebido voz de prisão juntamente com Thadeu de Mello e Silva, sobrinho de Roberto Requião, e o advogado Leônidas Chaves Filho, que trabalha na campanha do PMDB – a informação foi negada pela Polícia Militar.

Também foram ao local agentes do Comando de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil, o procurador da Justiça Eleitoral Alessandro de Oliveira e um representante da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR).

Além deles, dois oficiais de Justiça estiveram no local para realizar uma vistoria. Nesse intervalo, os envolvidos permaneceram dentro do barracão. Ao fim do trabalho dos oficiais, os materiais de campanha foram levados em um veículo da PM. Todas as pessoas foram liberadas. Segundo o tenente-coronel da PM Carlos Assunção, ninguém recebeu voz de prisão no local.

Por meio de nota, a Sesp informou que abriu uma investigação criminal contra Maurício Requião, Thadeu de Mello e Silva, Leônidas Chaves Filho e mais quatro pessoas, por invasão de propriedade particular. A pasta afirmou ainda que não houve qualquer tipo de interferência no atendimento da ocorrência, que transcorreu de forma "técnica, legal e isenta".

Requião altera agenda e volta a Curitiba

Cumprindo agenda em Foz do Iguaçu na tarde desta quinta-feira (2), Requião cancelou a carreata que iria fazer na cidade após saber da confusão que ocorreu em Curitiba.

O peemedebista ainda deve participar de um encontro com lideranças em Campo Mourão, para depois voltar à capital. Ele afirmou que quer acompanhar o caso de perto.

PSDB diz que panfletos foram plantados

A campanha do candidato à reeleição Beto Richa confirmou que o barracão no Portão é utilizado como depósito de cavaletes e outros materiais. O coordenador da campanha, deputado Eduardo Sciarra (PSD), esteve no local e afirmou que os materiais apócrifos contra Requião teriam sido plantados. Sciarra disse ainda que a invasão do barracão foi um ato de desespero da campanha do peemedebista.

Sobre o material contra Glelsi, Sciarra afirmou que os panfletos estavam guardados no barracão justamente porque tiveram a circulação proibida pela Justiça Eleitoral – a campanha de Richa está recorrendo da decisão. "Eles foram produzidos legalmente, inclusive com o CNPJ da coligação. Ele tanto não é apócrifo que estamos questionando a decisão judicial", disse o parlamentar.****VIDEO****

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]