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Sob críticas do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) nesta quinta-feira (9) em debate da TV Bandeirantes por supostamente misturar política com religião, o senador Marcelo Crivella (PRB) buscou colar no PMDB a imagem de sigla corrupta, citando as suspeitas sobre desvio de verbas da Petrobras.

Pezão questionou o senador se as políticas sociais seriam coordenadas pelo deputado Anthony Garotinho (PR), candidato derrotado no primeiro turno, ou pelo bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal e tio de Crivella. O objetivo do peemedebista é vinculá-lo aos dois. A campanha do governador crê que a estratégia pode ampliar a rejeição ao senador, bispo licenciado da denominação religiosa.

"É um risco ter um candidato que nomeou em cada repartição [da Secretaria Especial da Pesca] um fiel da Igreja Universal", disse Pezão.

Crivella negou ter privilegiado fiéis da igreja e misturar política com religião. Em contra-ataque, o senador disse que o risco maior é misturá-la com corrupção.

"O candidato sou eu, não é a Igreja. O problema é o que há na cúpula do PMDB a que você serve. O problema não é misturar politica com religião, o problema é misturar política com corrupção. Isso que temos que discutir."

Ele também ironizou os ataques de Pezão à Igreja Universal e a Garotinho, novo aliado de Crivella.

"O Garotinho foi quem trouxe você para a capital. Te orientou e estendeu a mão. Você esteve no Templo Salomão e foi tão cordial com o bispo Macedo. Não é por aí que você vai ganhar a eleição. Em 12 anos de vida pública nunca misturei política e religião. Há candidatos da Igreja Universal que foram eleitos pelo partido dele", afirmou Crivella.

O peemedebista usou a igreja também para contra-atacar acusações de que fez propagandas eleitorais irregulares, como acusa o Ministério Público Eleitoral.

"Muito triste o senhor falar que a sua campanha não tem recursos. A gente sabe o que a Igreja Universal faz durante toda a campanha eleitoral. Como ela é utilizada, que virou um partido e tem um canal de televisão. Isso que a gente tem que estar atento nesse segundo turno. Um pastor utilizando o culto para fazer ataques à minha candidatura", disse o governador.

Em suas considerações finais, Crivella usou a tática de vitimização. "Não quero promover uma guerra religiosa".

Os ataques de Pezão, contudo, se concentraram no último bloco do programa, quando a audiência costuma cair. Durante os três blocos anteriores, os dois candidatos debateram temas propositivos, sobre desenvolvimento do interior, transporte, segurança pública e, principalmente, saúde.

Crivella criticou a contratação de organizações sociais para o recrutamento de médicos para as unidades de saúde. Pezão afirmou que é através dessas entidades que o Estado pode manter unidades de referências com médicos renomados, como o neurocirurgião Paulo Niemeyer no Instituto Estadual do Cérebro.

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