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Enfrentando as máquinas dos governos federal e estadual, e travando uma disputa emblemática com o ex-presidente Lula, o ex-senador Arthur Virgílio (PSDB) ainda teve que espernear para conseguir o apoio de seu partido na disputa pela prefeitura de Manaus. Ainda no primeiro turno, só depois de ameaçar deixar a sigla após as eleições, ele recebeu R$ 800 mil da direção nacional do PSDB, o que corresponde a 40% do dinheiro arrecadado por ele, de acordo com prestação de contas parcial de sua campanha.

Virgílio não esconde a mágoa por ter sido abandonado pelo PSDB em 2010, quando perdeu a vaga no Senado para Vanessa Grazziotin (PCdoB), em uma eleição que contou com o empenho pessoal do então presidente Lula. Ela é, mais uma vez, sua adversária na disputa pela prefeitura de Manaus. E o tucano teve novos problemas com seu partido este ano.

Desta vez, o motivo maior da revolta de Virgílio foi uma ação judicial impetrada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em plena campanha eleitoral, questionando os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus. O episódio foi fartamente explorado por sua rival na disputa.

O ex-senador diz que sua relação com o partido foi normalizada, que não pensa mais em deixar a sigla, e afirma ter rompido com o governador de São Paulo, de quem fala cobras e lagartos. "O partido tomou as providências para se aproximar de mim, então que fique bem claro que o Alckmin é o Alckmin", minimizou. "O partido tem se mexido para me ajudar. Da outra vez eu lutei só. Era simbólico para o Lula obter o resultado que obteve, e não foi simbólico para o meu partido me defender".

O PSDB deve entrar só com o dinheiro mesmo. Não há previsão de nomes nacionais do partido irem a Manaus nem gravarem mensagem de apoio a Virgílio. Indagado se algum expoente nacional do PSDB, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, iria a Manaus ou gravaria apoio para ele, para se contrapor a Lula e Dilma, Virgílio disse que isso não foi solicitado por ele. "Eu não pedi. Seria uma honra ter o Fernando Henrique no meu programa de TV. Vir aqui fazer campanha eu não pediria, para não incomodar. Apesar da jovialidade, ele já tem uma certa idade".

Mesmo com o cenário desfavorável, o tucano teve uma vitória acachapante no primeiro turno, obtendo o dobro da votação de sua adversária. Virgílio teve 40% dos votos e Vanessa, 19%.

Para o segundo turno, o tucano já amealhou os apoios do PR, PSB e DEM, que tiveram candidatos no primeiro turno. A candidata do PCdoB agora trabalha para garantir pelo menos o apoio do PTB ou sua neutralidade.

Na ordem de prioridades do PSDB, Virgílio recebeu a quarta maior doação do diretório nacional tucano. Os candidatos mais bem aquinhoados foram, nessa ordem: José Serra (São Paulo), Romero Rodrigues (Campina Grande); Vellozo Lucas (Vitória); Arthur Virgílio; e Reinaldo Azambuja (Campo Grande). Com exceção desse último, todos foram para o segundo turno.

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