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Mobilidade

Empresas de ônibus cobram ações de presidenciáveis para o transporte

Documento de entidade responsabiliza a política do governo federal de prioridade ao transportes individual pela piora do serviço de transporte coletivo

Estopim das manifestações de junho de 2013, as empresas de ônibus vão dizer aos candidatos à Presidência que nada foi feito para atender ao que a população pediu: melhoria dos transportes.

Em uma "Carta Aberta" que será entregue semana que vem aos candidatos, à qual a reportagem teve acesso, a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) diz que as três principais respostas do governo aos protestos não surtiram efeito na melhoria do setor.De acordo com o texto, o governo federal prometeu após as manifestações investimentos de R$ 142 bilhões em grandes corredores de transporte, um "Pacto Nacional Pela Mobilidade" e redução ou congelamento das tarifas.

A carta aponta que "O Pacto Nacional ainda patina na burocracia federal, não existindo ainda uma proposta a ser apresentada e discutida".

Em outro trecho, os empresários do setor afirmam que "[as reduções tarifárias] tomaram um rumo estritamente político". O texto reconhece que foram dadas algumas isenções de tributos federais, estaduais e municipais para reduzir a tarifa.

Mas essa política, para eles, não foi acompanhada de compensações por outros aumentos de preços de insumos, o que está levando as empresas a prejuízo, piorando a qualidade do serviço. As companhias estão deixando de encomendar ônibus novos, o que aumentará a idade da frota.

Já os investimentos em grandes corredores ainda vão demorar a ficar prontos, segundo o texto, sem efeito no serviço atual. O documento responsabiliza a política do governo federal de prioridade ao transportes individual pela piora do serviço de transporte coletivo, já que não foram feitos os investimentos necessários para aumentar a velocidade e a qualidade do serviço público.

No documento, a associação aponta que o adiamento do aumento das passagens em São Paulo e no Rio de Janeiro do mês de janeiro de 2013 para junho, a pedido do governo federal, foi o fator que "potencializou a mobilização popular".

A carta termina com a associação das empresas apresentando sete propostas aos candidatos à Presidência. Para a NTU, a principal ação do próximo governo deve ser facilitar a disponibilização de recursos para que as cidades implantem faixas exclusivas de ônibus nas grandes cidades.

Segundo o presidente da NTU, Otávio Cunha, essa medida melhora o sistema em curto prazo, reduzindo o tempo de transporte dos passageiros e melhorando a rentabilidade das empresas, enquanto investimentos de grande porte estão em construção.

Para ele, os R$ 142 bilhões anunciados pelo governo para a Mobilidade Urbana só vão ter efeitos reais no fim da década e, enquanto isso, são necessários recursos para melhorar o sistema existente. "Mas o prefeito leva 18 meses para conseguir recurso no governo para pintar uma faixa e colocar câmeras de vigilância", reclamou Cunha.

Outro lado

O ministério das Cidades informou que o governo induz os investimentos de Estados e municípios na mobilidade disponibilizando recursos. Segundo nota, pelo menos 15 obras já estão prontas em sete cidades do país e o governo continua selecionando projetos para fazer mais investimentos.

"Importante ressaltar que alguns desses municípios ficaram décadas sem receber investimentos para atacar os problemas dos grandes centros urbanos", diz a nota.O ministério também nega que haja burocracia par obter verbas. "[Há] providências necessárias para resguardar a qualidade da obra e a boa aplicação dos recursos públicos", informou.

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