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Diante das discussões sobre sua posição frente a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, divulgou nota nesta segunda-feira (29) em que ataca o PT, mas omite votações nas quais foi contrária à criação do imposto e diverge de sua tese inicial a respeito de não fazer "oposição por oposição".

"O PT distorce a realidade e mente sobre a questão da CPMF", diz a nota assinada pela assessoria de imprensa da campanha. "Em 22 de outubro de 1996, o Senado aprovou a lei que regulamentou a CPMF, que passaria a ser recolhida a partir de janeiro do ano seguinte. Não houve qualquer alteração no projeto que a Câmara aprovou. O único voto contrário foi o do senador Fernando Bezerra (PMDB-RN).

A votação foi simbólica, sem registro eletrônico do voto. A bancada do PT no Senado -e Marina era senadora pelo PT no período- foi favorável ao projeto, de maneira contrária ao que decidiram os deputados do partido", completa.

O episódio, porém, refere-se à aprovação da lei que regulamentou o imposto, ou seja, após o processo de discussão em plenário. Um ano antes, Marina votou por duas vezes contra a criação do imposto, seguindo o posicionamento da bancada do PT.

Durante debate entre os presidenciáveis na Band, no último dia 26, Marina usou a votação da CPMF no Congresso como exemplo de sua atuação no Senado e disse que "ainda que meu partido [PT] fosse contra", votou a favor da CPMF no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

A campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), por sua vez, apropriou-se da declaração da ex-senadora e produziu uma propaganda para o horário eleitoral na TV em que diz que Marina "mente" e que, na verdade, a então petista votou contra o imposto.

Questionada sobre o tema por Dilma no debate da Record deste domingo (28), Marina lembrou que foi vice-presidente da Comissão de Combate à Pobreza, que reivindicou a CPMF como recurso para o Fundo de Combate à Pobreza, e voltou a dizer que votou favorável ao imposto. "Tanto na comissão quanto no plenário, votei favorável sim", disse.

Em entrevista a jornalistas após o debate, no entanto, Marina mudou a versão e disse que foi favorável somente na comissão. "Votei favoravelmente na comissão. E quando foi dentro da discussão em plenário, houveram mudanças que reduziram os recursos pela metade do que gostaríamos e aí obviamente que não iríamos compactuar com isso."

A nota divulgada nesta segunda-feira (29) reforça a argumentação de Marina e diz que "esse movimento é que vem sendo exposto de forma distorcida na propaganda política do PT". "Quando foi levado ao plenário do Congresso, as emendas aprovadas na Comissão foram retiradas, o que desfigurou a proposição formulada pela Comissão Mista. Isso levou Marina a se opor ao texto da emenda constitucional aprovado, em especial por causa da retirada de um volume expressivo de receitas do Fundo de Combate à Pobreza.

Esse movimento é que vem sendo exposto de forma distorcida na propaganda política do PT. Com dados parciais retirados do contexto inventa-se e repete-se uma mentira. Manobra de quem perdeu a cabeça e as medidas. Manobra de desesperados", diz o texto.

A nota exalta ainda a "clareza" de Marina e reforça a ideia de que o PT pratica uma campanha de "mentiras e fofocas" contra a pessebista.

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