
A morte de Eduardo Campos, ocorrida ontem, desde já pode ser colocada numa longa lista de perdas que, ao longo da história da República brasileira, foram responsáveis por causar mudanças na política nacional. No caso do falecimento de Campos, a possibilidade de mudança tem a ver com o curto prazo (com um novo cenário no quadro das eleições deste ano) e com o longo prazo (já que o ex-governador tinha potencial para disputar outras eleições futuramente).
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INFOGRÁFICO: Veja dez mortes de políticos que mudaram o cenário da República no Brasil
Dois presidentes brasileiros morreram no cargo. O primeiro deles foi Afonso Pena, em 1909. O segundo foi Getulio Vargas, que em 1954, correndo risco de ser derrubado pela oposição, decidiu acabar com a própria vida e se suicidou com um tiro dentro do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. O suicídio causou comoção nacional e tirou força da oposição, liderada por Carlos Lacerda.
Dois outros presidentes morreram entre a eleição e a posse. Rodrigues Alves, que já havia exercido o cargo uma vez, em 1902, morreu antes de assumir o segundo mandato, em 1918, de gripe espanhola, o que levou à realização de novas eleições. "Esse fato, inclusive, pode explicar em parte o início da revolta tenentista de 1922", afirma o historiador Marco Antônio Villa, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Tancredo Neves, em 1985, foi internado às pressas pouco antes de sua posse, e morreu deixando o cargo para o vice, José Sarney.
Estadual No Paraná, houve um caso célebre de morte durante a campanha eleitoral. O senador Abilon de Souza Naves, que era considerado favorito para a eleição do governo do estado em 1960, morreu durante um jantar em sua homenagem na Sociedade Morgenau, em Curitiba, em dezembro de 1959. "Isso abriu caminho para que o Ney Braga, ex-prefeito de Curitiba, se elegesse para seu primeiro mandato como governador", afirma o cientista político Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).



