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Requião nomeou grupo ligado a ele para a Executiva estadual ; Orlando Pessuti conseguiu reintegração de posse da sede | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo ; Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Requião nomeou grupo ligado a ele para a Executiva estadual ; Orlando Pessuti conseguiu reintegração de posse da sede| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo ; Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Após imbróglio envolvendo a sede do PMDB no Paraná, a Comissão Executiva Nacional do partido referendou ontem as alterações na executiva estadual propostas pelo senador Roberto Requião. Com as mudanças, o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures assume a presidência do partido no estado, no lugar do deputado Osmar Serraglio. Sérgio Ricci é o novo secretário-geral, no lugar do ex-governador Orlando Pessuti, e outros três nomes são substituídos – de um total de 16, incluindo os suplentes. Serraglio contesta o alcance da decisão e diz que vai recorrer à Justiça para anular a mudança.

As alterações na executiva foram realizadas em reunião do diretório estadual na última sexta-feira, na qual compareceram 43 dos 71 possíveis votantes – 42 foram favoráveis e um votou em branco. Liderados por Requião, membros do diretório convocaram a reunião no início da semana passada, alegando que os membros destituídos estariam atrapalhando as eleições majoritárias.

Na quarta-feira passada, a Executiva do partido determinou o fechamento da sede até domingo, por luto pela morte do presidenciável do PSB, Eduardo Campos. Mesmo com o partido fechado, Requião e seus aliados fizeram a reunião na calçada e conseguiram os votos necessários para realizar as alterações. Depois da reunião, o grupo chamou um chaveiro para abrir a porta e ocupar a sede.

Ontem de manhã, Pessuti conseguiu uma ordem de reintegração de posse e reocupou a sede do PMDB (veja mais abaixo). A decisão judicial também devolvia os poderes à executiva destituída na sexta-feira, argumentando que não havia uma decisão da comissão executiva nacional do partido sobre o assunto. A decisão diz, ainda, que as mudanças teriam de constar em ata e que os membros destituídos teriam de ser notificados. Entretanto, o presidente nacional do partido, Michel Temer, acatou oficialmente a decisão do diretório e formalizou a nova executiva.

Para Rocha Loures, novo presidente, a situação já está resolvida e a nova executiva já poderá começar a trabalhar amanhã. Ele diz que todo o processo foi analisado pelos advogados do partido e que foi constatado que todas as regras partidárias foram cumpridas. "Não poderíamos trabalhar pela unidade partidária com o presidente trabalhando contra a campanha majoritária", disse Rocha Loures.

Serraglio nega que estivesse atrapalhando a campanha de Requião e diz que pretende acionar a Justiça para retomar a direção do partido no estado. Para o deputado federal, ele e os outros quatro membros depostos pelo diretório não tiveram direito à defesa, o que seria contra o regimento do partido e a Constituição. "Ninguém teve oportunidade de defesa, não fomos notificados de nada. Logo, essa decisão não tem valor", afirmou. Serraglio disse ainda que Temer referendou a nova executiva sem saber que havia uma decisão judicial devolvendo os poderes à antiga comissão.

Grupo destituído consegue reintegração na Justiça

Destituída na última semana, a executiva do PMDB do Paraná obteve uma ordem de reintegração de posse e voltou na manhã de ontem a ocupar a sede do partido em Curitiba. O juiz substituto José Eduardo de Mello Leitão Salmon, do Tribunal de Justiça do Paraná, entendeu que não havia provas de que a comissão executiva tivesse sido de fato dissolvida.

Segundo o ex-governador e secretário-geral do partido no Paraná, Orlando Pessuti, os membros da executiva (Osmar Serraglio, Doático Santos, Stephanes Junior e Alexandre Curi) entraram na Justiça no domingo. A ordem foi emitida ontem pela manhã, antes da decisão da executiva nacional do PMDB sobre o assunto.

Pessuti diz que os membros da executiva entraram no diretório para fazer uma vistoria e solicitaram a presença de um chaveiro para abrir portas que estavam trancadas. "Essa invasão foi um ato arbitrário que o velho MDB de guerra nunca viu, nem mesmo na época da ditadura", reclamou.

O advogado do PMDB, Luiz Fernando Delazari, afirmou que irá esclarecer ao juiz que a reunião seguiu os princípios do estatuto e foi feita de forma legal. Ainda de acordo com o advogado, o grupo liderado por Requião tem o aval do diretório nacional do partido para a ação. "Esse é o último suspiro dos infiéis".

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