
Em votação realizada em uma tenda improvisada na calçada da Rua Vicente Machado, em Curitiba, o diretório estadual do PMDB, liderado por Roberto Requião, decidiu substituir cinco membros da Executiva estadual da legenda, incluindo o presidente Osmar Serraglio e o secretário-geral Orlando Pessuti, ontem. Para seus lugares foram escolhidos, respectivamente, Rodrigo Rocha Loures e Sérgio Ricci. Os membros depostos consideraram a decisão ilegítima e devem recorrer na Justiça e nas instâncias superiores do partido.
O diretório estadual é composto de 71 membros dos partidos. Destes, 43 compareceram e votaram, sendo 42 favoráveis e um voto em branco. A reunião tinha sido marcada no início da semana, na sede do partido, mas devido à morte do candidato à presidência da República Eduardo Campos (PSB), a Executiva decidiu decretar luto até segunda-feira e trancar o local. Para manter a data e conseguir seu objetivo, que era a substituição da executiva, Requião decidiu realizar a reunião em uma tenda na frente do partido. Depois da votação, Requião e seus aliados chamaram um chaveiro e ocuparam a sede (ver mais ao lado).
Além de Serraglio e Pessuti, Doático Santos e os deputados estaduais Alexandre Curi e Stephanes Jr. também foram destituídos. Requião chegou a pedir para retirar o nome de Curi da lista, argumentando que ele "não estaria atrapalhando" o processo eleitoral, mas os membros do diretório preferiram retirá-lo. Em seus lugares entraram Anibelli Neto, Gilberto Martin, João Arruda e Maurício Requião Filho Rocha Loures já era membro da executiva, mas em outro cargo.
Atrapalhando
Requião argumenta que os membros destituídos estavam atrapalhando a candidatura majoritária do partido. "Estamos substituindo alguns companheiros que não se conformaram com o resultado da convenção e estão atrapalhando", afirma. Além disso, um dos membros, Doático, é um dos organizadores da "Banda Vovó Dallas", que faz campanha contra Requião.
Pessuti nega que estivesse trabalhando contra a campanha de Requião. Ele diz ter ficado fora do Brasil por quinze dias e que não está trabalhando para a campanha de nenhum candidato a governador. Além disso, Pessuti acusa o senador de atrapalhar a campanha de Dilma. Ele diz, ainda, que considera que a convocação foi irregular e que pretende recorrer à Justiça e às instâncias superiores do partido.




