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Depois de fazer votação em tenda em frente à sede do partido, Requião chamou chaveiro para entrar no diretório | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Depois de fazer votação em tenda em frente à sede do partido, Requião chamou chaveiro para entrar no diretório| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Na delegacia

Pessuti registra B.O. alegando que senador invadiu sede da sigla

Após a votação dos novos membros da Executiva do PMDB, os filiados presentes chamaram um chaveiro para entrar na sede do partido e ver os novos membros "tomarem posse". O local estava fechado, após o partido decretar luto oficial pela morte de Eduardo Campos. Secretário-geral deposto, Orlando Pessuti (foto) registrou um boletim de ocorrência no 3º Distrito Policial acusando o senador Roberto Requião (PMDB) de tomar posse indevidamente do local. No boletim de ocorrência, Pessuti diz que cerca de 50 pessoas arrombaram e invadiram o local, sob a liderança do senador. Ele diz, ainda, que há "a possibilidade de crime eleitoral". O ex-governador declarou, ainda, que deve pedir a reintegração de posse do local. Pessuti considera, também, que a realização da reunião foi um "desrespeito" à memória de Campos. Também presente na delegacia, Doático Santos anunciou que seu grupo político irá realizar um ato de apoio a Pessuti e Osmar Serraglio, na próxima segunda-feira, na sede do partido. O delegado Gutemberg Ribeiro disse que já comunicou o fato à Secretaria de Segurança Pública e ao delegado geral, Riad Braga Farhat. Ele diz, ainda, que o caso está sendo analisado "com cautela" pela polícia.

Para Requião, a Executiva não poderia ter fechado o local. "A reunião do diretório foi convocada pelos filiados, então a executiva não poderia fechar [a sede]. As lojas não estão fechadas, nem em Pernambuco. Foi um artifício para evitar que o partido discuta", disse. Ele negou que se tratasse de qualquer desrespeito à memória de Campos. "Quem está desrespeitando é você, que deveria estar em casa, e não trabalhando", disse, brincando, a um repórter.

Em votação realizada em uma tenda improvisada na calçada da Rua Vicente Machado, em Curitiba, o diretório estadual do PMDB, liderado por Roberto Requião, decidiu subs­­­tituir cinco membros da Executiva estadual da legenda, incluindo o presidente Osmar Serraglio e o secretário-geral Orlando Pessuti, ontem. Para seus lugares foram escolhidos, respectivamente, Rodrigo Rocha Loures e Sérgio Ricci. Os membros depostos consideraram a decisão ilegítima e devem recorrer na Justiça e nas instâncias superiores do partido.

O diretório estadual é composto de 71 membros dos partidos. Destes, 43 compareceram e votaram, sendo 42 favoráveis e um voto em branco. A reunião tinha sido marcada no início da semana, na sede do partido, mas devido à morte do candidato à presidência da República Eduardo Campos (PSB), a Executiva decidiu decretar luto até segunda-feira e trancar o local. Para manter a data e conseguir seu objetivo, que era a substituição da executiva, Requião decidiu realizar a reunião em uma tenda na frente do partido. Depois da votação, Requião e seus aliados chamaram um chaveiro e ocuparam a sede (ver mais ao lado).

Além de Serraglio e Pessuti, Doático Santos e os deputados estaduais Alexandre Curi e Stephanes Jr. também foram destituídos. Requião chegou a pedir para retirar o nome de Curi da lista, argumentando que ele "não estaria atrapalhando" o processo eleitoral, mas os membros do diretório preferiram retirá-lo. Em seus lugares entraram Anibelli Neto, Gilberto Martin, João Arruda e Maurício Requião Filho – Rocha Loures já era membro da executiva, mas em outro cargo.

Atrapalhando

Requião argumenta que os membros destituídos estavam atrapalhando a candidatura majoritária do partido. "Estamos substituindo alguns companheiros que não se conformaram com o resultado da convenção e estão atrapalhando", afirma. Além disso, um dos membros, Doático, é um dos organizadores da "Banda Vovó Dallas", que faz campanha contra Requião.

Pessuti nega que estivesse trabalhando contra a campanha de Requião. Ele diz ter ficado fora do Brasil por quinze dias e que não está trabalhando para a campanha de nenhum candidato a governador. Além disso, Pessuti acusa o senador de atrapalhar a campanha de Dilma. Ele diz, ainda, que considera que a convocação foi irregular e que pretende recorrer à Justiça e às instâncias superiores do partido.

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