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O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, negou que tenha omitido a distribuição de uma cartilha que tem orientações para o combate à homofobia nas escolas, defendeu o material e disse que não há mais nada a "esclarecer" sobre o assunto. Ele ficou irritado com perguntas sobre o assunto e mandou uma repórter "trabalhar para o Haddad", em referência a seu adversário na eleição, Fernando Haddad (PT).

Questionado se concordava com a discussão sobre homofobia nas salas de aula, Serra disse concordar com a cartilha distribuída pela Secretaria Estadual de Educação, quando era governador, em 2009. "Foi feito em 2009, no meu governo. O resto é brincadeira. Foi feito sob a responsabilidade do meu governo", afirmou.

O tucano respondeu a críticas feitas na segunda-feira (15) por Haddad e disse não ter omitido a elaboração e distribuição do material. Ele culpou a imprensa pela polêmica em torno do chamado "kit gay". "Se você vai no LGBT do PSDB está tudo lá [a cartilha do governo do estado]. O Fernando Haddad fez uma tremenda trapalhada com o kit gay. Ele fez um trabalho ruim. Tanto que a Dilma vetou. Gastou R$ 800 mil que não estão explicados ainda", disse.

O tucano se irritou com perguntas de jornalistas sobre o assunto. Chegou a dizer a uma repórter do portal UOL, do Grupo Folha, que ela fosse "trabalhar com o [Fernando] Haddad", reu rival na disputa paulistana.

"Quem pergunta sobre isso o tempo inteiro é a imprensa. Eu não tenho nenhum problema com essa questão. Foi feito um trabalho que vem desde 1996. Nunca houve problema, nunca houve contestação. O nosso material foi feito para professores, não aquela brincadeira que ele [Haddad] patrocinou".

Serra voltou a comparar Haddad ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT), condenado no julgamento do mensalão. "Fernando Haddad, ele só faz ataques pessoais. Quando eu faço crítica a políticas e a propostas de governo ele diz que são ataques pessoais. É o estilo do Zé Dirceu. Quando você aponta um problema ele diz que é ataque pessoal".

Serra também criticou a cobertura da Folha de S.Paulo, que revelou o conteúdo da cartilha produzida pelo governo dele em 2009.

"A Folha entrou numa roubada ontem. Fez cinco versões [da reportagem na internet], começou sem conhecer o texto [da cartilha], comprou uma versão e fez uma má reportagem a esse respeito e agora tá tentando correr atrás do prejuízo."A nota publicada no site ontem às 11h03 foi atualizada apenas uma vez de forma substancial, às 13h01, quando o título foi alterado. O título original dizia "Serra distribuiu material igual ao 'kit gay' em SP" e foi alterado para "Serra distribuiu material similar ao kit 'anti-homofobia' do MEC em SP".

Uma segunda atualização foi feita para a inclusão da versão do MEC sobre o vídeo "Boneca na Mochila", além da informação de que a Secretaria Estadual de Educação negou, um dia antes, que o material produzido na gestão de Serra havia sido distribuído.

A própria secretaria mudou sua versão no dia seguinte, quando afirmou, em nota, que o material foi distribuído apenas a professores.

O tucano falou sobre o assunto após uma caminhada na Vila Cursino, zona sul da cidade. Durante a campanha, foi abordado por uma mulher, que se disse indignada com o atendimento que uma amiga teve no hospital de Heliópolis.

"Tive hoje uns 15 elogios em relação à saúde, e isso não é registrado. Uma mulher reclamou. Pode ter problema e eu respeito as reclamações. Da mesma maneira que tem pessoas maravilhadas com alguns atendimentos tem outras indignadas. E eu respeito. Se pudesse, se fosse prefeito, mandava averiguar na hora".

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