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O novo escândalo envolvendo a Petrobras dominou o horário eleitoral dos principais candidatos ao Planalto na noite desta terça-feira (9). Num programa quase todo dedicado ao combate à corrupção, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse que seu governo fortaleceu mecanismos de fiscalização da administração e finalizou: "tenho as mãos limpas".

"Um tema me causa muita revolta e imensa repulsa: a corrupção. Eu sei que isso sentem também todos os brasileiros sérios e honestos. Ao longo da minha vida ninguém nunca me viu envolvida em qualquer ação desonesta. Sempre tive tolerância zero com a corrupção", disse a petista logo no início da peça.

A presidente afirmou que desmandos só são descobertos quando investigados e criticou os adversários que tentam "passar a ideia de que acabar com a corrupção depende apenas da vontade de um super-homem ou de uma supermulher que estejam acima do bem e do mal". "A experiência prova que isso nunca dá certo, em nenhum país do mundo."

Em vários momentos Dilma buscou se alinhar ao sentimento de insatisfação da população com os escândalos envolvendo o governo. Ela disse que é preciso ter "coragem" para passar o país a limpo e ver nascer um "novo Brasil". "Colocando tudo em pratos limpos, sem medo e sem passar a mão na cabeça de ninguém. Fora desse compromisso só resta o cinismo, a hipocrisia ou o silêncio conivente", afirmou.

Dilma finalizou a fala reafirmando o compromisso de combate à corrupção: "É assim que vou continuar trabalhando, porque tenho as mãos limpas e exijo de todos o mesmo respeito com o dinheiro público". Durante a peça, a petista voltou a criticar os governos anteriores, numa menção à gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), insinuando que estes optavam por esconder a corrupção.

Marina e Aécio

Na crítica direta mais forte e direta à adversária Marina Silva (PSB), hoje a principal ameaça à sua reeleição, o programa exibiu comercial em que acusa a pessebista de querer entregar o país aos banqueiros, usando como mote a proposta de Marina de dar autonomia ao Banco Central.

Já Marina reprisou esta noite programa que havia levado ao ar às 13h, na qual afirma que a Petrobras "ainda tem jeito". A ex-senadora afirmou que é preciso "gerenciar sem influência política" e "formar uma diretoria com pessoas respeitadas" para "recuperar a Petrobras para os brasileiros".

"No atual governo, a Petrobras perdeu metade do seu valor e aumentou quatro vezes a sua dívida. Mas ainda tem jeito. Gerenciar sem influência política, valorizar os técnicos e funcionários, refazer o plano estratégico, formar um diretoria com pessoas respeitadas. Precisamos recuperar a Petrobras para os brasileiros", disse a candidata na TV.

Já Aécio Neves (PSDB) partiu para a crítica frontal ao governo, centrando seu discurso nas denúncias de que propina de obras da Petrobras foram usadas para financiar parlamentares e políticos ligados ao governo. "O principal diretor da companhia diz hoje que financiava a base de apoio à presidente. Polícia Federal, não eu, disse que existe uma organização criminosa atuando na maior empresa brasileira. Não dá mais para aguentar e achar que isso é normal, que é razoável. O Brasil não merece esse governo que está tendo", afirmou o tucano.

O candidato fez uma menção velada à sua queda nas pesquisas - desde a entrada de Marina na disputa ele ocupa o terceiro lugar nos levantamentos de intenção de voto. "Eu vou lutar até o último instante, porque acredito cada vez mais, cada dia que passa, que temos o melhor caminho para o Brasil. Não temos o direito de perder essa oportunidade."

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