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Apesar de o voto ser obrigatório no Brasil, um em cada cinco brasileiros não compareceu às urnas no último domingo. Foram 27,6 milhões de eleitores, o que representa em torno de 19,4% dos votantes aptos do país. O índice vem crescendo desde 2006 e atingiu o nível mais alto desde as eleições presidenciais de 1998, quando 21,4% dos eleitores preferiram não ir às urnas.

INFOGRÁFICO: Taxa de votos brancos e nulos foi a maior na eleição para o Senado

As duas modalidades de votos não válidos também cresceram no Brasil e somaram 9,6% do total. O porcentual de votos brancos foi de 3,8%, taxa um pouco maior que a registrada nos pleitos anteriores (em 2010, foi de 3,1% e; em 2006, de 2,7%). Já o índice de nulos, que vinha caindo nas três eleições anteriores, teve um pequeno aumento neste ano, chegando a 5,8% – em 2010, foi de 5,5%.

Assim, o número de eleitores que não votou em nenhum dos candidatos chegou a 29% neste ano – porcentual maior que o atingido por Marina Silva (PSB), terceira colocada no pleito. Mesmo assim, para o cientista político Helio Godoy, esse índice é normal. "O aumento pode ter relação com a desilusão política, mas não apenas isso. Sempre existiu uma parcela da população que não participa do processo eleitoral e, se participa, está alienada, prefere não escolher ninguém", aponta.

Para Godoy, a expectativa em torno dos votos não válidos, considerados "de protesto", era até maior, diante da força das manifestações do ano passado e da aparente indignação com o sistema político brasileiro. Mesmo assim, ele considera que essa taxa deve aumentar no segundo turno, principalmente nos estados em que não há votação para governador.

Por cargo

Apesar de o índice de votos brancos e nulos ter crescido no pleito presidencial, as maiores taxas de não válidos estão na escolha de ocupantes de outros cargos, principalmente de senador. Nesse caso, no Brasil, 8% votaram em branco e 10% anularam a escolha. Para o cientista político Doacir Quadros, a falta de identificação do eleitor com os representantes de outros cargos também pode explicar o número de brancos e nulos. "Quando o eleitor vota em um governador ou presidente, pensa na sua vida, se tem dinheiro no final do mês, se a rua está asfaltada", diz. Diferentemente desse cenário, para escolher um representante na Câmara ou Assembleia, o eleitor tem dificuldade de entender a importância do Legislativo.

Paraná

No Paraná, o índice de abstenções no primeiro turno de 2014 foi menor que a média nacional, de 19,4%, e se manteve parecido com o último pleito, ficando próximo dos 16%. O número de eleitores do estado que compareceu às urnas, mas não escolheu um candidato, porém, aumentou em todos os cargos em comparação à eleição geral de 2010.

Assim como no restante do país, o maior número de votos brancos e nulos foi registrado na eleição para o Senado. "Aqui no Paraná, isso também é reflexo do voto útil, já que o Alvaro Dias [PSDB] aparecia muito bem nas pesquisas. Então, mesmo quem não queria votar nele, não escolhia outro candidato, pois sabia que não havia chance de virada", aponta o cientista político Helio Godoy.

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