
Desgastado desde o último dia 20 pelo caso do aeroporto do município de Cláudio (MG), o candidato a presidente Aécio Neves (PSDB) optou por assimilar o golpe e investir na estratégia de reduzir os danos. Ele chamou jornalistas no fim da tarde de quarta-feira para admitir pela primeira vez que pousou "algumas poucas vezes" no aeroporto construído pelo governo de Minas quando Aécio era governador ao custo de R$ 14 milhões. O terreno em que está o aeródromo pertencia a um tio do tucano. O aeroporto fica a apenas seis quilômetros de uma fazenda de propriedade do próprio tucano.
Aécio vinha sendo questionado pelo uso da pista, que ainda não é homologada pela Anac e por isso não poderia ser usada por aviões, apenas por helicópteros. O mea culpa de Aécio é uma estratégia para tentar encerrar, de uma vez por todas, o assunto que vem perseguindo o candidato em todos os encontros com jornalistas. A esperança agora é mudar a agenda negativa, para que o candidato volte a discutir suas propostas e a criticar o governo federal.
Aécio destacou que "não houve nenhuma ilegalidade na construção do aeródromo" e reconheceu que "houve um equívoco" por não ter se preocupado "em examinar em que estágio o processo de homologação estava". "Este é um equívoco e eu quero reconhecer", afirmou. O tucano minimizou o desgaste que vem sofrendo por conta do assunto, mas admitiu que o caso lhe "incomoda". "Não posso acreditar que seja nada avassalador. Incomoda? Incomoda porque as coisas não estavam claras. Eu demorei [a dizer se havia ou não pousado em Cláudio] exatamente porque, para mim, o essencial era que a acusação grave e frontal que me foi feita ficasse esclarecida. E ela está esclarecida, não houve benefício de parente."
Ontem, após o evento de inauguração de seu comitê em Minas, disse que a obra do aeroporto foi "corretíssima" e "planejada" e que é importante para estimular o desenvolvimento de toda uma região não só o do município onde está localizado.



