A juíza Cristiane dos Santos Leite determinou nesta quarta-feira (28) que a prefeitura suspenda a sindicância aberta para apurar o desaparecimento de obras da Casa Klemtz, no bairro Fazendinha. A decisão, que é liminar (provisória), foi tomada depois que o candidato Rafael Greca (PMN) entrou com recurso após a Justiça negar o primeiro pedido do candidato para anular a investigação.
A juíza entendeu que a sindicância “não pode ser utilizada como instrumento para favorecimento ou prejuízo a nenhum dos candidatos que disputam as eleições municipais de 2016, em possível desvio de finalidade ou abuso de poder”.
Greca declarou ao TSE obras similares às desaparecidas da Casa Klemtz
Leia a matéria completaCristiane ainda considera que o laudo pericial que sugere que as obras que desapareceram da Casa Klemtz são as mesmas que estão na chácara de Greca deve ser melhor analisado, “com a necessidade de ampla defesa e contraditório”. “Para tanto, necessária melhor dilação probatório com tempo suficiente para apuração de tais fatos”, sugere a juíza.
Nesta segunda-feira (26), o juiz Fernando Andreoni Vasconcelos, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, havia negado um pedido de Greca para anular a investigação. O poder municipal abriu uma sindicância para apurar se as obras do acervo da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) estão na chácara do ex-prefeito, em Piraquara.
A sindicância já tem um relatório com histórico, descrição e fotos das obras. A FCC anexou ao documento um laudo técnico formulado por uma especialista em conservação e restauração de monumentos arquitetônicos, que comparou imagens e documentos do acervo da FCC com fotos publicadas pelo ex-prefeito em suas redes sociais.
De acordo com o laudo, a comparação entre as imagens do acervo com as publicadas em rede social e na edição na revista Caras, edição Paraná, de 1998, mostra que as obras possuem semelhanças.
Greca foi chamado para depor nesta terça-feira (27) na sede da Procuradoria do Município, mas não compareceu. O advogado Walter Agra, que fez as vezes de Greca, afirmou que ele não abrirá a chácara durante o período eleitoral e que, passadas as eleições, permitirá a entrada na propriedade para averiguações.
Outro lado
Em nota, a prefeitura de Curitiba informou que ao abrir a sindicância, cumpriu sua obrigação de defesa do patrimônio público. “A abertura da sindicância foi motivada por denúncia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, diante da qual o município não poderia se omitir”, diz a administração municipal.
A campanha do prefeito Gustavo Fruet (PDT) também se manifestou. “Surpreende que o ex-prefeito e candidato Rafael Greca prefira se manter sob suspeita e recorrendo ao Poder Judiciário para que a prefeitura não investigue o sumiço de obras de arte de propriedade da cidade do que abrir as portas da chácara São Rafael e acabar logo com tais dúvidas”, disse o comitê em nota.
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