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Menos de três meses após a morte do prefeito, os moradores de Itaipulândia, na Costa Oeste, irão às urnas para escolher quem governará a cidade pelos próximos quatro anos. E vão decidir entre um aliado e um adversário do prefeito morto. Vendelino Royer foi assassinado em julho e o vice-prefeito, Laudair Brunch, está preso, acusado de ser o mandante do crime. As candidaturas majoritárias já estavam definidas antes da morte de Royer, mas o resultado da eleição pode ser bastante influenciado pelos ânimos dos eleitores abalados com o caso.

Lotário Oto Knob (PDT) foi dasafeto de Royer em campanhas anteriores, mas passou a ser apoiado por ele nesta eleição. Já o candidato Miguel Bayerle (PR) chegou a ter Royer como vice em sua chapa, em 2000. Contudo, agora não contava com a simpatia declarada do prefeito morto. Pessoas consultadas pela Gazeta do Povo contam que a cidade está um "barril de pólvora".

Substituto

No meio do fogo cruzado está Gilberto Silvestri (PMDB). Ele era presidente da Câmara Municipal e acabou convocado para assumir a prefeitura por conta da morte do prefeito e da prisão do vice. "Se eu não aceitasse seria caso de intervenção estadual e eu tinha de cumprir o meu dever", diz. Ele comenta o fato de ser alçado a um cargo que foi disputado à bala. "Me senti intimidado. Mas não poderia ser tachado como o eterno covarde em Itaipulândia", declara. Mas ele faz questão de ressaltar que o cenário é de aparente tranqüilidade no município. Silvestri conta que não está participando diretamente da campanha e que, para ele, a disputa está estranhamente parada. "Só vejo adesivos nos carros e nada mais", afirma.

"Encomenda"

Responsável pela Delegacia de Homicídios em Foz do Iguaçu, Fábio Renato Amaro da Silva Junior esteve à frente das investigações do assassinato em Itaipulândia e conta que encontrou algumas peculiaridades na apuração do caso. "A cidade é pequena, mas diferente de outras do mesmo porte", conta, relatando que o fato de a prefeitura dispor de muitos recursos, por conta dos royalties pagos pela usina hidrelétrica de Itaipu, e de ser uma área de fronteira foram levados em consideração. A "encomenda" da morte teria sido "sub-empreitada". O primeiro pistoleiro teria cobrado R$ 30 mil, mas repassou o caso para outro, por R$ 20 mil. O inquérito foi concluído com a prisão de seis pessoas. Um envolvido ainda está foragido.

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