
Em seu último ano de mandato como prefeito de Curitiba, o pedetista Gustavo Fruet reservou 10,7% do orçamento de 2016 para investimentos. É o menor porcentual para a área em todo o seu mandato, inclusive em valores absolutos – quando comparado aos anos anteriores atualizados pela inflação.
Estão separados para obras e compra de materiais permanentes R$ 826,5 milhões. Se a prefeitura mantiver a mesma performance de execução dos últimos três anos, devem ser efetivamente gastos de R$ 204 milhões, cerca de 24% do que está previsto. O histórico de outros governos, no entanto, indica que esse porcentual deve ser maior em 2016.
No último ano de gestão, os chefes do Executivo costumam colocar o pé no acelerador dos investimentos. Afinal, obras são um ótimo cabo-eleitoral. Além disso, após três anos na administração, os entraves burocráticos tendem a ser vencidos e as obras saem do papel. Em 2008, mesmo num ano de crise, o então prefeito Beto Richa (PSDB) executou 86,3% do orçamento previsto para investimentos. Quatro anos depois, Luciano Ducci (PSB) empenhou 71,3% do orçado – melhor performance da gestão.
Entre as obras previstas pela prefeitura para 2016 estão o trecho 3.1 Norte da Linha Verde e algumas intervenções na parte sul da via. Outra obra viária nos planos é a conclusão da trincheira que completa o binário no Bairro Alto. Segundo o secretário de Planejamento, Fábio Scatolin, essas obras contemplam cerca de 25% do investimento previsto para 2016.
Há ainda um conjunto de obras para a educação. Devem ser concluídos 25 Centros Municipais de Educação Infantil, sete quadras esportivas e três bibliotecas. Também está prevista a entrega de dois Portais do Futuro, um no Bairro Alto e outro em Santa Felicidade. Outro plano é a construção de 40 quilômetros de ciclovias.
Essas são obras que não dependem de recursos federais para serem realizadas. A falta de recursos de Brasília deve ser o que mais pesará contra os investimentos municipais neste ano. “Tenho certeza de que a execução de 2016 vai ser melhor. Mas claro que a crise deve pesar, principalmente se continuarmos com a inflação elevada e desequilíbrio fiscal no governo federal. Para avançar neste ano [com as obras], precisamos tirar dinheiro de outras áreas e colocar nas obras”, diz Scatolin.



