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Confusão na Câmara: Pedro Paulo exibe o documento rasgado | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Confusão na Câmara: Pedro Paulo exibe o documento rasgado| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Dia D

Entenda as principais polêmicas e os fatos mais bizarros da segunda-feira na Câmara de Curitiba:

Em cima da hora

Valdemir Soares (PRB) contestou a validade do requerimento de formação de bloco adversário. Segundo ele, o pedido foi feito com dez minutos de atraso. No sistema da Câmara, consta que o pedido foi enviado às 18h, mas aceito às 18h10.

Não precisava ser assim

Todo o imbróglio envolvendo papéis rasgados e horários contestados poderia ter sido evitado. Na hora do almoço, Noêmia Rocha (PMDB) se reuniu com o bloco de Aílton Araújo (PSC) e anunciou que estava "fechada" com eles. Entretanto, ela hesitou e ficou fechada em seu gabinete, decidindo assinar o documento somente no final da tarde.

Chama o Eymael!

Eymael, eterno candidato à presidência da República pelo PSDC, poderia ajudar a resolver o imbróglio no qual seu partido se meteu. O líder do partido na Câmara, Cacá Pereira, assinou o ingresso do partido no bloco de Aílton. Entretanto, a comissão provisória estadual do partido orientou que o vice-líder, José Carlos Chicarelli, assinasse com o bloco adversário. Cacá reclama que nem sequer foi chamado para a reunião.

Divididos

O poder dos líderes partidários criou várias situações partidárias inusitadas. No PSDB, por exemplo, Felipe Braga Côrtes e Serginho do Posto apoiam abertamente a chapa de Aílton. O líder, entretanto, é Beto Morais, aliado de Soares.

Muito estranho

A partir das 17h30, várias situações inusitadas ocorreram na Câmara. Às 17h55, o diretor de processo legislativo, Elcio José Pereira, descia para conferir o encerramento do protocolo. Ficou preso no elevador por meia-hora. Mais tarde, por volta das 19h, todos os telefones foram cortados. Isso deu muita margem para teorias da conspiração de todos os tipos na Câmara.

A eleição para a presidência da Câmara de Curitiba, que será realizada hoje, promete ser uma das mais quentes da história. Já na véspera, um dos lados tentou apelar para o "vale-tudo": o vereador Valdemir Soares (PRB) arrancou um requerimento de formação de bloco das mãos do adversário Aílton Araújo (PSC) e rasgou, para tentar evitar que ele fosse protocolado a tempo. O Regimento Interno da Câmara prevê que o presidente seja indicado pelo maior bloco de vereadores.

O requerimento de Araújo acabou sendo entregue exatamente às 18 horas, colado com uma fita adesiva. Soares nega que tenha rasgado o documento, e afirma que o sistema recebeu o documento apenas às 18h10 – logo, fora do prazo. Com isso, Araújo perderia força na eleição.

Peemedebista

A assinatura da vereadora Noêmia Rocha (PMDB) poderia decidir a disputa. Vários vereadores afirmam que enquanto os dois lados estavam no gabinete da peemedebista, tentando convencê-la, Soares conseguiu pegar o documento com as assinaturas dos adversários e rasgá-lo. "Esse é o nível do indivíduo e do grupo que quer presidir a Câmara", disse Aílton Araújo (PSC), candidato a presidente pelo grupo mais próximo a Fruet.

Aliados de Araújo, Pedro Paulo (PT) e Tiago Gevert (PSC) registraram um boletim de ocorrência contra Soares, que nega ter rasgado o documento. "Eles próprios rasgaram depois de verem que não iam conseguir o número de assinaturas", afirmou o vereador.

A Câmara tem 38 parlamentares. No entanto sabia-se que quem conseguisse um bloco com 17 nomes teria a presidência, já que seis vereadores pertenciam a outros blocos menores e, pelo regimento, não poderiam mudar para qualquer um dos dois lados.

O documento do grupo de Araújo foi protocolado com uma fita adesiva juntando as duas partes bem perto das 18 horas, prazo máximo para o registro dos blocos. Mesmo o protocolo foi tumultuado. Alegando que já havia se encerrado o horário legal, o grupo dissidente desligou os equipamentos do protocolo.

O documento aceito pela Câmara conta com assinaturas dos líderes do PSC, PV, PT, Pros, PPS e PMDB – Soares contesta a validade do requerimento,pois o horário do protocolo efetivo aparece no sistema como 18h10.

O documento também tinha a assinatura de Cacá Pereira, líder do PSDC. Mas o grupo de "dissidentes", liderado por Soares e por Zé Maria (SD) acredita que o PSDC está a seu lado, já que conseguiu a assinatura do outro vereador do partido, Chicarelli. Segundo Soares, o diretório estadual do PSDC destituiu Pereira da liderança e repassou a função para Chicarelli.

Com mais essa legenda, o grupo dissidente chegaria a 16 assinaturas, deixando os adversários com 15 ou 16 – dependendo da posição do PMDB. Além do PSDC, estão no bloco PDT, PRB, PSL, PSDB, SD, PSB e PP.

Caso o bloco da situação ganhe, deverá colocar Aílton Araújo na presidência; Pedro Paulo como primeiro-secretário; e Paulo Rink (PPS) como segundo-secretário. Do outro lado, os cargos devem ficar com Valdemir Soares, Tito Zeglin (PDT) e Zé Maria (SD). Mas não se sabe quem ficará em cada posto.

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