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Leia abaixo a nota da Cervejaria Petrópolis

"Comunicado à imprensa

Com relação ao episódio ocorrido hoje, dia 10 de outubro, em que houve a visita de agentes da Polícia Federal na sua unidade em Boituva (SP), com objetivo de busca e apreensão de documentos, a Cervejaria Petrópolis vem ao público comunicar que:

1) Não possui qualquer tipo de contrato de trabalho com o Sr. Marcos Valério Fernandes de Souza

2) A Cervejaria Petrópolis não teve acesso ao inquérito que originou esta atitude da Polícia Federal

3) A Cervejaria Petrópolis está à disposição das autoridades para prestar qualquer tipo de esclarecimento.

Atenciosamente,

Cervejaria PetrópolisBoituva, 10 de outubro, 2008."

Em depoimento à Polícia Federal, Marcos Valério, acusado de ser o articulador do esquema do mensalão e pelo qual está sendo processado no Supremo Tribunal Federal, negou ter atuado em uma negociação para corromper policiais federais e favorecer a Cervejaria Petrópolis, que produz a cerveja Itaipava, segundo informações de seu advogado, Marcelo Leonardo.

Valério foi preso na sexta (10) em Belo Horizonte (MG) na Operação Avalanche, que prendeu outras 16 pessoas. Ele foi transferido para a Superintendência da PF em São Paulo na sexta à noite, onde começou a ser ouvido por volta das 22h. Segundo seu advogado, o depoimento terminou a 1h30 deste sábado (11).

Segundo a PF, Marcos Valério e seu sócio, Rogério Tolentino, que também foi preso, teriam intermediado encontros entre advogados e policiais federais para que fosse aberto um inquérito contra fiscais da receita que multaram a Cervejaria Petrópolis em R$ 104.540.220,00 por sonegação de impostos. A intenção, de acordo com a investigação, era prejudicar os fiscais.

O advogado Marcelo Leonardo diz que Valério não conhece os policiais e que os advogados citados na investigação apenas foram indicados por ele para prestar assessoria jurídica à cervejaria.

Segundo o advogado, Valério tem uma relação de amizade com o dono da cervejaria e estava trabalhando para a empresa na busca de um imóvel para instalação de uma unidade em Minas Gerais.

"Ele teve contatos e procurou dirigentes lá [em Minas Gerais] exclusivamente em relação a esse assunto. Como ele conversou com algumas pessoas pelo telefone e essas pessoas estavam grampeadas, ele acabou sendo envolvido no fato para esclarecer", disse.

O advogado disse que irá aguardar até terça-feira (14), quando vence o prazo para prisão temporária, para decidir que providências tomará em relação ao inquérito, ao qual diz ainda não ter tido acesso.

Operação Avalanche

Na operação, foram detidos empresários, despachantes aduaneiros, advogados, dois policiais civis e três federais da ativa, além de dois federais aposentados.

Treze pessoas foram presas em São Paulo e quatro em Minas. A PF também cumpriu 33 mandados de busca e apreensão, sendo 24 em São Paulo e oito em Minas.

A Cervejaria Petrópolis informou que não tem "qualquer tipo de contrato de trabalho com o Sr. Marcos Valério Fernandes de Souza" e que não teve acesso ao inquérito. Leia abaixo a íntegra da nota.

Entenda o caso

De acordo com o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Leandro Daiello Coimbra, o grupo investigado é composto por três núcleos diferentes. "Nos temos três investigações que se interligam por personagens. Não é um grupo."

O primeiro núcleo, segundo Coimbra, começou a ser investigado no final do ano passado. Um policial federal e um policial civil recebiam informações de empresários que tinham problemas fiscais e os subornavam.

A partir disso, a PF teria chegado a um segundo grupo, que trabalhava na criação de empresas de aluguel para fraudar tributos referentes a exportações.

O terceiro núcleo é no qual aparecem Valério e Tolentino. Segundo a PF, os dois intermediaram encontros entre advogados e policiais federais para que fosse aberto um inquérito contra fiscais da receita que multaram a Cervejaria Petrópolis em R$ 104.540.220,00 por sonegação de impostos. A intenção, de acordo com a investigação, era prejudicar os fiscais.

Na casa de um dos advogados, a PF encontrou mais de R$ 500 mil, que seria utilizado para pagamento de propina a policiais federais.

O grupo pode responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, extorsão, formação de quadrilha, contrabando e descaminho, quebra de sigilo e divulgação de dados sigilosos.

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