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Senador mineiro Aécio Neves: sem recordação das mensagens. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Senador mineiro Aécio Neves: sem recordação das mensagens.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Trocas de mensagens do celular do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro interceptadas pela Polícia Federal que citam “Brahma” em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também mencionam “Aécio” e indicam que o executivo teria se reunido com o senador do PSDB em 2012 ao mesmo tempo em que a empreiteira buscava apoio de políticos ligados ao PT para expandir a atuação da empresa na África.

O tucano mineiro admitiu à reportagem que já se encontrou com o executivo, mas disse não se recordar da data especifica citada nas mensagens.

“Quem marcou [o encontro de executivos da empreiteira com o embaixador de Moçambique no Brasil Murade Murargy] foi a Mônica, mulher de Franklin [Martins, ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula]. Segundo ela, seria uma aproximação para 2014. Ele deve coordenar. Disse-me também que os 2 [CNO e AG, em referência à Odebrecht e Andrade Gutierrez] estão em pé de guerra. Vou confirmar sua ida. Nesse mesmo horário vou estar com Aécio”, disse Leo Pinheiro em mensagem encaminhada no dia 26 de novembro de 2012 ao então diretor superintendente da OAS Internacional Augusto Cézar Uzeda.

A mensagem é a única citação a Aécio nas conversas de Léo Pinheiro que aparece no relatório da Polícia Federal.

A conversa, contudo, não deixa claro o que seria a “aproximação para 2014”, ano das eleições presidenciais no Brasil e em Moçambique, ou mesmo por que os executivos teriam marcado o encontro com Aécio no mesmo período em que tratavam com políticos do PT.

A mensagem surge em meio a conversa dos executivos para acertar o encontro de Uzeda com o embaixador de Moçambique, que estava viajando para o Brasil na época. O então diretor da empreiteira pediu que Léo Pinheiro lhe passasse o “histórico do contato”.

O ex-presidente da empreiteira responde: “Franklin Martins”, e depois diz: “Ok. Tem o Brahma (no) meio”, em referência ao ex-presidente Lula. Na conversa eles relatam que o então embaixador de Moçambique teria contribuído para a atuação de outras empresas brasileiras no país africano.

A Polícia Federal não atribui no relatório nenhuma suspeita sobre o tucano nem sobre Lula.

Ao jornal O Estado de S. Paulo o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, por meio de nota, que Léo Pinheiro é um empresário conhecido. “O senador já esteve com ele, mas não sabe se nessa data específica”, disse, Augusto Cesar Uzeda, que não trabalha mais na OAS, e Léo Pinheiro não quiseram comentar o caso.

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