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Até as 7 horas deste sábado (16), seis deputados federais da bancada do Paraná já utilizaram a tribuna no plenário da Câmara dos Deputados para se manifestarem sobre o processo de impeachment contra a presidente da República Dilma Rousseff. Cada um dos 25 partidos políticos com representação na Casa tem direito a uma hora de discursos - tempo que pode ser dividido entre até cinco filiados. Por isso, a sessão começou às 9 horas de sexta-feira (15), entrou pela madrugada e ainda estava em andamento 24 horas depois.

Todos os seis paranaenses discursaram a favor do impeachment – dois eles subiram à tribuna já de madrugada. Alex Canziani (PTB) começou a falar quando já era quase 2 horas da madrugada deste sábado. Fernando Francischini (SD) iniciou seu discurso quase 4 horas da manhã. Nos discursos, parlamentares mencionaram a família, disseram ter orgulho do Paraná e fizeram duras críticas ao governo Dilma.

“Eu até trouxe um discurso que leria aqui, nesta noite (...), mas agora recebi uma mensagem da minha filha, que disse que está em Londrina, juntamente com a minha esposa, Ana, aguardando esse discurso. Ela disse: Pai, fale com o coração. Pedindo vênia aos nossos companheiros, vou me permitir não ler o discurso, mas falar aquilo que me traz a mente, que me traz a alma”, iniciou Canziani. O petebista afirmou que o Brasil já passou por “inúmeras crises”, mas que a crise atual “é a maior”: “crise financeira, crise econômica e, acima de tudo, uma crise moral, uma crise de valores”.

Francischini repetiu o discurso que já havia feito na comissão especial do impeachment, na segunda-feira (11), no qual ataca a tese do golpe levantada pelo governo federal. “Quem está certo: o PT ou mais de 70% de brasileiros que cansaram de assalto, roubalheira e achaque? Eu acho que quem está certa é a população brasileira que cansou”, iniciou ele. Para Francischini, o PT traçou “um plano de dominação”: “E o Foro de São Paulo traçou toda a estratégia do petista e da esquerda caviar vinculadas ao PT para fazer um plano de dominação. E este plano de dominação que saiu do comunismo bélico para o comunismo cultural, como a gente diz, passava pelo segundo item”.

Vontade da população

O deputado federal pelo PMDB Sergio Souza, que decidiu votar a favor do impeachment nesta semana, justificou na tribuna que sua decisão representaria “a vontade da população do Paraná”. “Em nome de minha família, da minha esposa, Élide, e do meu filho, João Victor, não poderia deixar de vir hoje à tribuna do Parlamento brasileiro, na Casa onde o povo tem que se sentir representado. O povo brasileiro está descontente com a política, desacredita dos políticos. Talvez este seja o último momento, a última chance que nós, representantes do povo, temos para dar uma resposta a contento a nossa população”, discursou ele.

Outro paranaense, Diego Garcia (PHS), também iniciou seu discurso falando da sua base eleitoral e do Paraná. “Venho de uma cidade do interior do norte pioneiro do Paraná chamada Andirá, com 20 mil habitantes, os quais, com certeza, ouvem o meu pronunciamento neste momento. Tenho orgulho de dizer que sou paranaense. Tenho orgulho ainda mais de dizer que sou do Estado que tem tido reconhecimento em âmbito nacional por conta da Operação Lava Jato, dos avanços que estão acontecendo por meio dessas investigações, tanto pela Polícia Federal quanto pelo Ministério Público. Tenho orgulho de dizer que represento esse Estado”. Diego Garcia terminou seu pronunciamento dizendo que a presidente Dilma “sabia, sim, de todas as propinas e tudo o que estava acontecendo na nossa querida Petrobras”.

Perda de credibilidade

Evandro Roman (PSD), que levou a família no início da sessão de sexta-feira ao plenário, discursou no final da tarde de sexta-feira. Ele afirmou que o governo Dilma “perdeu a credibilidade, a governabilidade e o respeito”. “A Pátria que queremos será aquela onde prevalecem os valores do trabalho, da liberdade, da honestidade e do respeito às leis, como nos ensinaram nossos pais em nosso querido Estado do Paraná”, disse ele.

O deputado federal Dilceu Sperafico (PP) foi o primeiro parlamentar a subir na tribuna para discursar, por volta das 11 horas de sexta-feira. “Temos uma grave crise política, uma grave crise econômica, e essa crise econômica só vai ser resolvida se a crise política tiver um fim. E o fim está próximo”, afirmou o pepista. Segundo ele, a destituição da presidente Dilma é “a solução mais rápida, mais prática, para que nós possamos achar um caminho”.

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