
Juazeiro - Ao comentar ontem à tarde a demissão de Nelson Jobim do Ministério da Defesa, a presidente Dilma Rousseff se confundiu e disse reconhecer "o grande trabalho que ele deu ao país", em vez de "o grande trabalho que ele prestou ao país". Em entrevista a rádios de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), cidades separadas pelo Rio São Francisco, ela afirmou que o episódio é uma página virada. "Infelizmente, esgotamos uma etapa. Viramos uma página", disse.
Dilma disse que Celso Amorim, indicado para ocupar a Defesa, dará continuidade ao trabalho e acrescentará um "reforço especial". "Acho que esse assunto é muito fácil de ser entendido pela população. O ministro Celso Amorim assume o Ministério da Defesa, porque já deu mostras de que é um brasileiro muito dedicado ao Brasil".
Irritação
A passagem de Dilma pelo Nordeste também foi marcada pela irritação com os jornalistas. Os repórteres, numa conversa com a presidente, questionaram-na sobre o atraso nas obras de transposição do Rio São Francisco. Dilma voltou a soltar um velho bordão conhecido de seus assessores para demonstrar irritação: "Meu querido, a transposição não está parada! Você vai me desculpar, mas não está parada". Depois, ela admitiu que "algumas parcelas" estão com obras interrompidas.
O outro momento de irritação de Dilma, durante a entrevista, ocorreu quando ela exaltava o Programa Minha Casa Minha Vida em Juazeiro, com 1.500 casas. Quando Dilma falava das unidades habitacionais, que têm 44 metros quadrados cada, um repórter chamou as unidades de "casinhas". "Você é quem está dizendo. Imagino que sua casa seja grande", disse a presidente. Continuando a irritação, Dilma disse: "O povo brasileiro não tinha nem casinha. Morava em casa de papel, em palafita".



