A invasão de hackers em contas de e-mails é comum no país, segundo especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo. Porém, a obtenção de senhas de correios eletrônicos dificilmente serve para os criminosos lerem as correspondências das vítimas, como parece ter acontecido no caso envolvendo a presidente Dilma Rousseff. O objetivo é utilizar o e-mail para enviar mensagens com vírus ou arquivos maliciosos aos amigos da vítima para tentar infectar os computadores com softwares que roubem senhas eletrônicas de bancos.
Para o especialista em segurança virtual da empresa Trend Micro, Fioravante Souza, o objetivo dos hackers é usar o e-mail invadido para fazer com que os amigos da vítima abram arquivos com programas chamados keylogger. Esses softwares copiam tudo o que é digitado no teclado do computador infectado e enviam relatórios frequentes ao hacker, que pode ter acesso assim a senha de bancos, quando elas são digitadas pelo usuário do computador infectado.
Por isso, ele diz acreditar que o comportamento dos usuários é a principal medida de segurança contra esse tipo de invasão, além de manter os programas de segurança atualizados (leia quadro). "Não acreditem em qualquer coisa que enviam por e-mail, como atualização de cadastro do banco, convites para festas e recomendação de fotos", cita Souza.
Vírus
Já André Carraretto, gerente de engenharia de sistemas da Symantec Brasil, diz que provavelmente a presidente foi induzida a instalar, sem ter ciência disso, um vírus ou keylogger. "Ele [o hacker] provavelmente conseguiu acesso à máquina que ela usa ou conseguiu a senha [do e-mail] com um programa malicioso", afirma Carraretto.



