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Marcelo Castro preferiu ser exonerado durante o dia inteiro. | José Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas
Marcelo Castro preferiu ser exonerado durante o dia inteiro.| Foto: José Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas

Em meio a um surto de microcefalia no país, a presidente Dilma Rousseff exonerou temporariamente o ministro da Saúde, Marcelo Castro, que retomará o mandato na Câmara dos Deputados para ajudar na reeleição do líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), aliado do Palácio do Planalto.

A saída do ministro foi publicada na edição desta quarta-feira (17) do Diário Oficial da União. Em seu lugar, durante o afastamento, ficará o secretário-executivo José Agenor Álvares.

Na noite da terça-feira (16), o ministro chegou a cogitar deixar o cargo apenas no final da manhã desta quarta-feira (17), para participar de um seminário sobre o vírus da zika. Á noite, no entanto, preferiu ser exonerado durante o dia inteiro. O combinado com a presidente é que ele retome o cargo na quinta-feira (18).

Na manhã da terça-feira (16), o peemedebista chegou a manifestar incerteza de deixar o cargo ao ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. Na conversa, ele disse que se sentia “um pouco desconfortável” de sair em meio a uma epidemia de vírus da zika no país.

A presidente autorizou seu ministro a deixar o cargo. A avaliação do Palácio do Planalto é de que é melhor enfrentar críticas momentâneas à exoneração do ministro, devido à epidemia de microcefalia no país, do que correr o risco de vitória Hugo Motta (PMDB-PB), aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Para evitar se indispor com Motta caso ele seja o vencedor, o Palácio do Planalto adotou o discurso de que a decisão do ministro participar da eleição interna é “pessoal” e, portanto, sem interferência do governo federal. Segundo relatos, o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) chegou entrar no circuito para acalmar Motta, que nos bastidores vem ameaçando retaliação.

Eduardo Cunha é notificado pela Justiça sobre pedido de afastamento

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Apesar de trabalhar pela vitória de Picciani, o governo federal avalia que há um “risco real” de vitória de Motta, uma vez que a votação secreta pode estimular traições de última hora. Por isso, que a garantia do voto de Castro é considerada estratégica.

A eleição desta quarta-feira (17), que é secreta, escolherá o responsável por indicar os integrantes do PMDB para a comissão que analisará o impeachment de Dilma, além do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a principal da Casa, entre outras atribuições.

Cunha se empenhou pessoalmente, ligando para deputados em busca de votos para Motta. Uma derrota de seu candidato hoje tem o potencial de enfraquecer o movimento pró-impeachment, além de reforçar a pressão por sua saída do cargo.

O presidente da Câmara é acusado de envolvimento no esquema de desvios da Petrobras e tem um pedido de afastamento do cargo em análise no Supremo Tribunal Federal.

Para o governo, a vitória de Picciani é importante para evitar o impeachment de Dilma e garantir a provação de medidas do ajuste fiscal.

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