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Ministeriáveis vivem dia de apreensão por indicação

Os possíveis indicados para o Ministério da Agricultura ficaram à beira de um ataque de nervos nesta quarta-feira depois que a bancada ruralista tentou vetar a indicação do deputado paranaense Reinhold Stephanes, o mais cotado até então. A pasta, que já teve um indicado que deixou de ser antes mesmo de ter sido, caso do deputado Odílio Balbinotti, poderia ter outro nome refugado depois de quase ter figurado em uma placa sobre a mesa ministerial.

Dos quatro deputados principais concorrentes, apenas Moacir Micheletto, eleito pelo Paraná fazia questão de se colocar praticamente fora da disputa.

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Um grupo de dez parlamentares ligados à bancada ruralista da Câmara se reuniu nesta quarta-feira com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), para se declarar contra a indicação do deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR) para o Ministério da Agricultura. Para os ruralistas, Stephanes, que foi ministro da Previdência durante os governos Collor e FH, não é afinado com o agronegócio. No encontro com Temer, os ruralistas apresentaram três nomes de peemedebistas que seriam de interesse da bancada na Agricultura: Moacir Michelleto (PR), Waldemir Moka (MS) e Valdir Colato (SC).

Nesta terça-feira, uma fonte próxima a Stephanes afirmou que a decisão pelo deputado paranaense já estava tomada desde a última segunda-feira, pelo presidente Lula. A decisão sobre quem será o novo ministro foi tomada durante a reunião de representantes do PMDB, encabeçada pelo presidente do partido, Michel Temer, com o próprio presidente da República. (leia mais sobre o assunto)

Escolha difícil

Depois do fiasco da escolha do deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para o Ministério da Agricultura, Lula pediu prazo ao PMDB para decidir sobre o escolhido a partir de uma lista apresentadas pelo partido. Balbinotti, alvo de uma ação do Supremo Tribunal Federal (STF), desistiu de ser ministro no dia em que uma reportagem do jornal "O Globo" mostrou que ele usou laranjas para conseguir empréstimos bancários.

Dirigentes do Paraná preferem não comentar escolha de Stephanes Somente após a confirmação oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve ocorrer nesta quarta-feira (21), do nome do novo ministro da Agricultura, é que dirigentes ligados ao setor no Paraná vão emitir opiniões a respeito da escolha. (Leia matéria completa)

À frente do movimento anti-Stephanes está Homero Pereira (PR-MT), deputado de primeiro mandato que foi o líder do tratoraço que ocupou a Esplanada dos Ministérios em 2005, exigindo negociação de dívidas de produtores rurais. Ainda na terça-feira, a cúpula peemedebista administrou a pressão contra a escolha de Stephanes.

O anúncio do nome do novo ministro da Agricultura deverá ser feito nesta quarta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na véspera desconversou:

- Não estou pensando nisso hoje, só vou pensar amanhã - disse Lula.

Escolhido deve se comprometer com ações preventivas

Em visita nesta terça à fábrica da Perdigão em Mineiros (GO), Lula ouviu do presidente da empresa, Neildemar Secchis, que o setor não está interessado nos nomes que constam da lista, e sim, que o escolhido, quem quer que seja, comprometa-se com investimentos em ações preventivas no setor.

- O setor sofreu sérios prejuízos por causa da febre aftosa. Existem falhas sanitárias e isso precisa ser uma prioridade para os proximos anos - afirmou.

Ministério do Desenvolvimento ainda sem nomes

Resolvido o Ministério da Agricultura, Lula precisa ainda bater o martelo sobre os novos ministros do Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento e Defesa. Como Miguel Rosseto recusou o convite para voltar à pasta, o atual ministro, Guilherme Cassel, deve continuar à frente do Desenvolvimento Agrário. Lula ainda não encontrou substituto para Luiz Fernando Furlan no Desenvolvimento. É o único ministério totalmente em aberto.

A ida já confirmada de Walfrido Mares Guia para o Ministério das Relações Institucionais abriu espaço para a entrada da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT) no Ministério do Turismo.

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