
O senador Aécio Neves (PSDB), virtual candidato à Presidência da República visitou, nesta segunda-feira (3), o Show Rural Coopavel, que acontece em Cascavel, no Oeste do Paraná. Em ritmo de campanha, ele elevou o tom de críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff e disse que a reforma ministerial iniciada nesta segunda-feira "caminha para trás".
Aécio diz que não conhece os novos ministros, mas que são "figuras que o Brasil ainda não teve oportunidades de ver atuando com responsabilidades dessa dimensão". Para ele, a reforma de Dilma atende a interesses políticos. "Reforma, e a expressão já diz, pressupõe-se numa mudança obviamente para melhor. Ninguém reforma para piorar. Você não reforma uma casa, não reforma a tua empresa, não reforma a tua fazenda a fazenda para pior do que ela é. Infelizmente a lógica que rege as ações do governo não é de interesse nacional, é de interesse eleitoral", sentenciou. "É uma reforma que anda para trás, é uma reforma que atende a interesses do partido [PT] e, provavelmente nos próximos dias a dos aliados", declarou.
Segundo Aécio, a agenda do governo é focada na reeleição e com a reforma "os feudos do PT são garantidos" nos maiores orçamentos como os ministérios da Saúde e da Educação. Afirmando que o Brasil só tem menos ministérios do que o Sri Lanka, Aécio declarou que pretende reduzir pela metade o número de cargos no primeiro escalão em um eventual governo tucano.
A viagem de Dilma à Europa e a polêmica parada em Portugal também foram criticadas pelos gastos excessivos em um hotel de Lisboa. Ele falou que falta transparência nos gastos do governo e que isso não se restringe ao episódio em Portugal. "O governo tem omitido informações sobre inúmeros gastos", declarou. A falta de divulgação dos dados sobre os investimentos em um porto de Cuba é um dos casos omitidos, avalia o senador que ironizou o financiamento feito pelo BNDES. "Pelo menos no último ano de governo da atual presidente assistimos a inauguração da primeira grande obra concluída da pelo seu governo, pena que foi em cuba, poderia ser no Brasil, em Paranaguá", disse.
O tucano também falou sobre o Programa Mais Médicos, uma das vitrines do governo que a presidente Dilma deve utilizar durante a campanha eleitoral. "Esse programa é claramente muito mais uma peça de marketing, porque o mesmo governo que traz médicos para atuarem no Brasil - e sempre defendi que eles pudessem vir, mas passando pelo Revalida - é o governo que fechou, nos últimos dois anos, 13 mil leitos hospitalares, é o governo que, no Congresso Nacional, e está aqui o senador Álvaro Dias que foi para a tribuna várias vezes defender maior investimento na saúde pública, com o governo que impediu a aprovação de todas as propostas que permitiriam um aumento maior do financiamento da saúde".
Ano legislativo
Sobre o ano legislativo que começa nesta segunda-feira (3), Aécio disse que pelo que ocorreu no ano passado não espera muito em 2014. Segundo ele, o Brasil possui hoje um Legislativo envergonhado que se curva à força do poder do Executivo "O que eu gostaria é que a pauta da federação fosse votada, renegociação da dívida dos estados, fim da tributação do Pasep, aumento de um a dois pontos percentuais no fundo de participação dos estados e municípios para minimizar as perdas", ressaltou.
Paraná
Aécio também aproveitou a passagem pelo Paraná, comandado por Beto Richa (PSDB), para reverberar os recentes ataques do governador ao governo federal. Segundo Richa, o governo Dilma "descrimina" o Estado na aplicação de recursos. "É inexplicável, injustificável que haja perseguição a qualquer Estado da Federação, quanto mais um Estado da importância do Paraná, da tradição do Paraná", afirmou Aécio.



