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Legislativo estadual

Emenda que liberava fumódromo é rejeitada

Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia derruba seis modificações no projeto antifumo e debate termina em bate-boca no plenário

Associação entra no TJ contra a lei antifumo - O advogado da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas no Paraná (Abrabar), Nivaldo Migliozzi (foto), protocolou ontem no Tribunal de Justiça um mandado de segurança contra a lei antifumo sancionada na semana passada pelo prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Segundo ele, a Abrabar tenta restabelecer o direito de os estabelecimentos manterem os fumódromos, conforme permite a Lei Federal 9.294, de 1996. O presidente da associação, Fábio Aguayo, ainda comentou a derrubada da emenda que liberava os fumódromos na CCJ da Assembleia: “A decisão foi política e não jurídica. Se uma lei federal libera os fumódromos, como a comissão diz que isso é inconstitucional?” | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Associação entra no TJ contra a lei antifumo - O advogado da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas no Paraná (Abrabar), Nivaldo Migliozzi (foto), protocolou ontem no Tribunal de Justiça um mandado de segurança contra a lei antifumo sancionada na semana passada pelo prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Segundo ele, a Abrabar tenta restabelecer o direito de os estabelecimentos manterem os fumódromos, conforme permite a Lei Federal 9.294, de 1996. O presidente da associação, Fábio Aguayo, ainda comentou a derrubada da emenda que liberava os fumódromos na CCJ da Assembleia: “A decisão foi política e não jurídica. Se uma lei federal libera os fumódromos, como a comissão diz que isso é inconstitucional?” (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)
Confira a decisão do CCJ a respeito das 17 emendas que modificam o projeto |

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Confira a decisão do CCJ a respeito das 17 emendas que modificam o projeto

Em uma manobra de deputados governistas, a Comissão de Cons­­tituição e Justiça (CCJ) da As­­sembleia Legislativa do Paraná rejeitou ontem a emenda ao projeto de lei antifumo que liberava a instalação de fumódromos dentro de ambientes fechados. Juntamente com essa emenda, outras cinco das 17 que haviam sido apresentadas na semana passada foram rejeitadas pela CCJ.

As emendas derrubadas na CCJ amenizavam o projeto e as punições aos infratores. Além de liberar os fumódromos, dentre outras medidas, permitiam a concessão de alvará de funcionamento para bares destinados exclusivamente a fumantes. O governo, autor do projeto original, defende tolerância zero ao fumo em ambientes fechados.

As emendas tentavam modificar o projeto original, aprovado na semana passada em primeira votação e que proíbe o fumo em qualquer ambiente fechado no estado do Paraná. Com a apresentação das emendas, o projeto teve de voltar à CCJ. Agora, poderá ser levado à segunda e terceira votações antes de ir à sanção ou veto do governador Roberto Requião (PMDB).

No entanto, o deputado Ste­­phanes Júnior, que é do mesmo PMDB de Requião, adiantou que irá recorrer da decisão da CCJ. Isso adiará para a semana que vem a votação do projeto em segunda discussão, que inicialmente estava prevista para ocorrer hoje. Ste­phanes era o autor de duas das seis emendas rejeitadas.

Com o recurso que o deputado promete apresentar amanhã, as emendas voltarão à CCJ para novo parecer. O presidente da Comissão, Durval Amaral (DEM), porém, revelou que o mais provável é que a rejeição seja mantida. Como última tentativa de liberar os fumódromos, caso a CCJ não reveja a decisão, Stephanes pretende recorrer ao plenário da Casa.

Bate-boca

A derrubada das emendas causou bate-boca na Assembleia. "Houve um ‘tratoraço’ para derrubar a emenda (dos fumódromos). A CCJ trabalhou de forma política e não técnica", criticou Stephanes. "O deputado Reni Pereira (relator da matéria na CCJ) agiu com mau-caratismo e molecagem e considerou a emenda ilegal, por medo de perder a votação no plenário."

Em resposta a Stephanes, o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), declarou que "não é com desqualificação que se ganha votação". Segundo ele, a CCJ apenas seguiu o regimento interno da Assembleia e analisou a matéria de maneira unicamente técnica.

"Talvez pela falta de experiência e pelo desconhecimento o deputado (Stephanes) tenha se posicionado assim. É preciso ler o nosso regimento", disse Romanelli. O bate-boca entre os dois peemedebistas só foi interrompido com a intervenção do presidente da Casa, Nelson Justus (DEM). "Já está decidido. Não há necessidade de requentar a matéria. Vamos passar adiante", afirmou Justus.

Reni Pereira também criticou as declarações de Stephanes e de­­fendeu-se das acusações. De acordo em ele, as emendas rejeitadas não têm amparo constitucional, pois não há garantias científicas de que os fumódromos impeçam a propagação da fumaça do cigarro. "As emendas deturpavam o espírito de preservar a saúde, determinada na Cons­­­tituição", rebateu Pereira. "Todos têm direito a recorrer, mas o Estado tem o dever de zelar pelo interesse público."

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