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Além de ter vencido a licitação para construir um novo anexo no TC, suspensa após acusação de fraude, a Sial mantém -- e manteve -- diversos outros contratos com o poder público no Paraná. Desde quarta-feira, o o empresário Edmilso Rossi, proprietário da construtora Sial Engenharia e Construção e o coordenador-geral do Tribunal de Contas do Paraná, Luiz Bernardo Dias Costa estão presos.

A empreiteira é a responsável por duas das principais obras da Copa do Mundo em Curitiba. Uma delas, a reforma da Rodoferroviária, foi inaugurada há duas semanas a um custo de R$ 46 milhões. Já nas obras -- ainda em andamento -- de ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, estimadas em R$ 246,7 milhões, a Sial atua em um consórcio com mais duas empresas.

No seu site, a empreiteira destaca que está trabalhando em duas obras para a prefeitura de Curitiba, no Clube da Gente do Tatuquara e na Rua da Cidadania do Cajuru, e também na Unidade de Pronto Atendimento de São José dos Pinhais. A Sial ressalta ainda que já concluiu a construção do Hospital do Idoso Zilda Arns, em Curitiba, e do Hospital Regional de Araucária; a reforma e ampliação do Museu de Arte do Paraná, também na capital; e obras do aeroporto de Joinville e da sede regional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Brasília.

Presos

Mais quatro pessoas foram presas acusadas de participar da fraude na concorrência pública para construção de um anexo do Tribunal de Contas do Estado (TCE), no Centro Cívico, em Curitiba.

Já estavam presos desde quarta-feira (18), pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público, o coordenador-geral do TC, Luiz Bernardo Dias Costa e o empresário Edmilso Rossi, proprietário da construtora Sial Engenharia e Construção vencedora da licitação no valor de R$ 36,4 milhões.

Entre os outros presos estão o filho de Rossi, um funcionário do departamento financeiro da Sial, e o ex-deputado estadual e ex-funcionário do TC Davi Cheriegate. Todos são suspeitos de estarem envolvidos com fraude na mesma concorrência. Luiz Bernardo Dias Costa foi preso em flagrante após receber R$ 200 mil da Sial Engenharia e Construção em maços de dinheiro. Os outros cinco foram detidos em decorrência de mandados de prisão temporária.

Além das prisões, policiais e promotores do Gaeco estiveram no prédio do Tribunal de Contas, onde cumpriram mandados de busca e apreensão. Foram recolhidos documentos da coordenadoria-geral – setor onde Costa estava lotado – e do departamento de licitações do TC. O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, não quis dar declarações sobre a operação para não prejudicar as investigações e também porque o caso está sob sigilo judicial.

Processo licitatório está suspenso, segundo TCE

Por nota, o Tribunal de Contas do Estado informou que suspendeu o processo licitatório 01/2013 até que haja completa apuração dos fatos. "Em relação ao processo licitatório questionado, as obras não foram iniciadas e nem houve qualquer espécie de pagamento ou dispêndio de recursos públicos", afirma o texto.

O tribunal ainda informou que prestou todas as informações necessárias ao Gaeco sobre a concorrência. O texto diz que o TC "está tomando todas as providências necessárias para que o caso seja elucidado, possibilitando o pleno exercício da ampla defesa a todos os envolvidos", relata a nota.

Desde as prisões ocorridas, a reportagem tem tentado localizar todos os advogados de defesa. O único que atendeu aos chamados foi Roberto Brzezinski, advogado de Luiz Bernardo Dias Costa. Brzezinski ainda se inteirava da situação para poder conversar com a reportagem.

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