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Documentos e imagens obtidos pela reportagem revelam que a Petrobras e uma empresa do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), fraudaram neste ano uma licitação de R$ 300 milhões na bacia de Campos, região de exploração do pré-sal no Rio de Janeiro. A Manchester Serviços Ltda., da qual Eunício é dono, soube com antecedência, de dentro da Petrobras, da relação de seus concorrentes na disputa por um contrato na área de consultorias e gestão empresarial. De posse dessas informações, procurou empresas para fazer acordo. O contrato ainda não foi assinado.

Sete empresas convidadas pela Petrobras participaram da disputa, a maioria sem estrutura para a empreitada. O processo de licitação é eletrônico e as empresas não deveriam saber com quem estavam disputando.

Em 30 de março, um dia antes da abertura das propostas, o diretor comercial da Manchester, José Wilson de Lima, reuniu-se com uma das empresas convidadas pela Petrobras, a Seebla Engenharia. O objetivo era exigir da Seebla que aceitasse um acordo. A Seebla afirma que não fez acerto: ofereceu preço de R$ 235 milhões, bem abaixo dos R$ 299 milhões apresentados pela empresa do senador. Mas foi desclassificada pela Petrobras.

Um diretor de outra empresa, que pediu para não ser identificado, contou que diretores da Manchester usaram o nome de Eunício para oferecer R$ 6 milhões em dinheiro vivo para que apresentasse proposta com valor que serviria apenas para simular concorrência.

Outro lado

A Petrobras disse que não soube de qualquer reunião entre concorrentes da licitação. Alega que desclassificou a Seebla porque foram "verificadas inconsistências na proposta da empresa" que a tornaram "inexequível". A Seebla contesta as alegações e garante que os preços são reais. O senador Eunício Oliveira preferiu não se pronunciar.

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