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João Roberto Zaniboni foi condenado na Suíça por lavagem de dinheiro | Eduardo Knapp/Folhapress
João Roberto Zaniboni foi condenado na Suíça por lavagem de dinheiro| Foto: Eduardo Knapp/Folhapress

R$ 57 milhões foram movimentados pela Focco Tecnologia, do empresário João Roberto Zaniboni, entre 2002 e 2012. Pelo menos R$ 29 milhões passaram pelas contas da empresa só em 2010, segundo a Polícia Federal. Zamboni foi diretor de Operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) entre 1999 e 2003.

Em quatro anos, a Focco Tecnologia, empresa de consultoria da qual o ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) João Roberto Zaniboni foi sócio, recebeu R$ 32,9 milhões dos cofres paulistas. Condenado na Suíça por lavagem de dinheiro, Zaniboni foi diretor de Operações da estatal de trens entre 1999 e 2003, durante dos governos dos tucanos Mário Covas e Geraldo Alckmin.

A Focco Tecnologia está com as contas bloqueadas pela Justiça por causa das suspeitas de envolvimento de Zaniboni com o cartel que teria operado na administração dos metrôs de São Paulo e Brasília. A multinacional alemã Siemens já admitiu, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a existência do cartel nas duas cidades entre 1998 e 2008.

Peritos da Polícia Federal (PF) apontam divergências e incompatibilidades na comparação da movimentação financeira com a evolução patrimonial da empresa e a declaração de imposto de renda de quem contrata seus serviços de engenharia. Os dados mostram que a Focco movimentou R$ 57 milhões entre os anos de 2002 e 2012. Pelo menos R$ 29 milhões passaram pela conta da empresa só no ano de 2010. O valor representa um salto na movimentação das contas da consultoria, que em todos os oito anos anteriores somados não chegou a movimentar essa quantia.

Dos R$ 57 milhões, a PF afirma que R$ 19 milhões se referem a "novos recursos de terceiros". O restante se tratava de "estornos, devoluções, transferências entre contas da própria empresa e outros". Desses R$ 19 milhões, os bancos não conseguiram informar a origem de 32% das movimentações. Dos R$ 13,4 milhões identificados, R$ 8,5 milhões foram creditados pelo governo paulista e R$ 2 milhões vieram da Alstom, suspeita de integrar o cartel.

Reação tucana

Já o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou ontem que o PT "é useiro e vezeiro de documentos para acusar adversários". O tucano fez referência às suspeitas de falsificação em documentos enviados pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, à PF nas investigações do cartel no Metrô e na CPTM em São Paulo. "O ministro está um pouco nervoso com essa questão", disse. Na quinta-feira, Cardozo disse que vai processar seus acusadores.

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