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Delegados da Polícia Federal e procuradores do Ministério Público Federal explicam a nova fase da operação Lava Jato, que entre outras coisas investiga a suspeita de desvio de dinheiro da Petrobras | Ivonaldo Alexandre/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
Delegados da Polícia Federal e procuradores do Ministério Público Federal explicam a nova fase da operação Lava Jato, que entre outras coisas investiga a suspeita de desvio de dinheiro da Petrobras| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Agência de Notícias Gazeta do Povo

Réu liga tesoureiro do PT a grupo de doleiro

Num depoimento prestado à Polícia Federal, um dos integrantes do esquema investigado na Operação Lava Jato afirmou que o secretário nacional de finanças do PT, João Vaccari Neto, era um dos contatos de fundos de pensão com a CSA Project Finance Consultoria e Intermediação de Negócios Empresariais, empresa que o doleiro Alberto Youssef usou para lavar R$ 1,16 milhão do Mensalão, segundo a PF.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki enviou para a Procuradoria-Geral da República, no início do mês, documentos da Justiça Federal do Paraná que citam depósitos do doleiro Alberto Youssef para o senador Fernando Collor (PTB-AL), no valor de R$ 50 mil. Com isso, o Ministério Público terá de dizer se quer abrir um inquérito para investigar o parlamentar.

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As empresas alvos de mandatos de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (22) são suspeitas de receber dinheiro desviado de obras da Petrobras por meio de contratos com empreiteiras e consócios ligados à estatal. Segundo investigações, as verbas foram repassadas ao ex-diretor da petroquímica, Paulo Roberto Costa, que está preso desde março em Curitiba, e pessoas próximas a ele. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as investigações da Operação Lava Jato chegaram aos nomes das corporações por meio de análises de transações financeiras descobertas a partir da quebra de sigilos de Costa e seus parentes.

As transferências e os trabalhos contratados são similares aos de outras empresas ligadas ao doleiro londrinense Alberto Youssef, também suspeitas de envolvimento no esquema. Conforme a PF, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em dez empresas e uma residência, todos no Rio de Janeiro. Oito empresas funcionavam no mesmo local. As corporações eram ligadas a Paulo Roberto, sua mulher, sua filha, seu genro e um sócio do genro. Este último, Marcelo Barboza Daniel, também era alvo de um mandado de condução coercitiva (levado a prestar depoimento), mas estava em viagem aos Estados Unidos.

Segundo a delegada da PF, Erika Marena, Daniel foi contatado e se colocou à disposição da Justiça. A data e o local do depoimento dele já estão definidos, mas não foram divulgados. O nome do empresário já havia sido citado em documentos da Operação Lava Jato, já que a empresa dele e do genro de Costa, Humberto Sampaio de Mesquita, firmou contrato de R$ 2,5 milhões com a Petrobras para prestar serviço de qualificação e capacitação.

Quebra de sigilo bancário de Costa indicou que ele movimentou numa única conta R$ 3 milhões em quatro meses neste ano e parte desse dinheiro foi repassado por Daniel. "Foi verificado um pico de movimentação no mês de 02/2013, no valor de R$ 1 milhão, proveniente de TED recebida de Marcelo Barboza Daniel", diz relatório da PF. No mesmo documento, Barboza é citado como sócio de sete empresas com sede no mesmo endereço no Rio. Os dois genros e as filhas de Costa também são réus em um processo, acusados de destruir documentos que seriam coletados pela PF, em março.

Fachada

A suspeita do MPF é que as empresas envolvidas no esquema são de fachada. "Algumas delas não possuíam nem funcionários qualificados para prestar os serviços contratados", confirmou o procurador Carlos Fernando Santos Lima. As corporações prestavam serviços à empreiteiras e consórcios ligados à Petrobras, como de recursos humanos, agência de viagens, gestão empresarial e comércio de vestuário. Algumas chegaram a receber até R$ 3 milhões entre 2012 e 2013.

O MPF preferiu não informar a quantia total recebida pelas empresas, pois ainda não se sabe se todos os recursos foram desviados e se os serviços foram prestados. "O material [apreendido na operação] ainda vai ser registrado e analisado, mas a suspeita é de que os serviços nunca existiram", disse Lima. O procurador não excluiu a necessidade de novos pedidos de quebra de sigilo do ex-diretor e do doleiro Alberto Youssef. "Há coincidências nos documentos apreendidos com eles de menção a essas empresas e valores", afirmou.

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