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O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) comentou, nesta segunda-feira, a notícia publicada pelo jornal "Folha de S. Paulo" que revela que Marcos Valério teria conseguido um empréstimo de R$ 15,9 milhões do BMG (Banco de Minas Gerais), tendo como garantia um contrato de publicidade recém-fechado da SMP&B Comunicação, da qual é sócio, com os Correios. O destino do dinheiro seria o PT, segundo a reportagem.

- Isso confirma a associação espúria entre o governo, Marcos Valério e o PT - declarou Alvaro Dias, acrescentando que este é um "esquema de corrupção inusitado".

Quem teria recebido o empréstimo, em 27 de janeiro de 2004, foi a Graffiti Participações. Segundo a "Folha", naquele dia, o dinheiro teria entrado e saído da conta da Graffiti no BMG para o Banco Rural, que é apontado por Jefferson como o banco onde os saques do mensalão seriam feitos.

A "Folha" diz que o publicitário mineiro foi sócio da Graffiti por pouco mais de sete meses, anos antes da liberação desse empréstimo. A maior parte do capital é da mulher de Valério, Renilda Maria. A Graffiti tem parte da DNA Propaganda, outra agência de Valério, além de funcionar no mesmo endereço da SMP&B. A reportagem informa que o empréstimo ainda não foi pago e a dívida já estaria em R$ 21 milhões.

Alvaro Dias defendeu ainda que a esposa de Marcos Valério, Renilda Maria, seja ouvida nesta quinta-feira, antes da nova convocação do empresário. O presidente da CPI dos Correios, senador Delcidio Amaral (PT-MS), defende o depoimento do dono das agências de publicidade DNA e SMP&B ainda esta semana. Alvaro Dias também espera que seja realizada, logo após o depoimento do ex-tesoureiro do PT, acareação entre os dois.

- Mas prefiro ouvir Renilda antes. A esposa provavelmente dirá mais verdades. Minha esperança é que ela possa revelar fatos que eles têm se recusado a revelar.

Um dos sub-relatores da CPI dos Correios, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) disse que a tese de defesa de Valério e Delúbio sobre suposto empréstimo para o PT é uma história mal contada. Fruet disse que é no mínimo imoral que o empresário tenha tomado dinheiro emprestado para o PT dando como garantia contrato comercial com estatais.

- É uma história mal contada. Vamos analisar cada contrato. Houve uma confusão entre público e privado, pois se o empréstimo não fosse pago, o dinheiro público é que cobriria a dívida - afirmou.

Fruet acha pouco provável que a direção do partido não tenha tomado conhecimento do contrato.

- É inacreditável que uma pessoa dê um aval de um empréstimo de cerca de R$ 40 milhões só por boa vontade, principalmente se a pessoa em questão exerce influência no governo - disse.

Para Fruet, o publicitário já poderia ser indiciado. Ele disse que já ficou claro que Valério poderá responder por sonegação fiscal e simulação de fatura.

Para os integrantes da CPI, a possível confirmação de que um contrato de estatal foi dado como garantia na captação de dinheiro privado seria uma demonstração de promiscuidade nas relações entre o partido, as estatais e a iniciativa privada. Além disso, se a dívida não for quitada, o dinheiro público iria cobrir o rombo.

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