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Atualizado em 15/01/2006 às 20h35

Os bombeiros acabam de localizar mais uma vítima do desmoronamento das obras de construção da Estação Pinheiros do Metrô. Trata-se de uma mulher que está dentro da van soterrada pelo desabamento. O corpo ainda não foi identificado, mas pode ser o da advogada Valéria Marmit, que está desaparecida desde sexta-feira.

De acordo com o coronel João dos Santos, ainda não é possível içar o veículo. O Corpo de Bombeiros enfrenta novas dificuldades, nesta tarde de segunda-feira, para chegar à van. No início da tarde, o coronel disse que a retirada do veículo era dificultada por novos deslizamentos de terra. Nesta segunda-feira, a escavadeira que está sendo utilizada no local do acidente não consegue mais tirar a terra necessária para chegar à van e, por isso, por algumas horas, o serviço voltará a ser feito por túneis subterrâneos.

- O trabalho prossegue por baixo e, enquanto isso, eles estão por cima tentando construir um calçamento para reposicionar a máquina - explicou o governador José Serra.

Os engenheiros estão agora rebaixando um talude, de um metro e meio, para reposicionar a máquina.

Pela manhã, os bombeiros encontraram, por volta das 4h50m desta segunda-feira, o corpo de Abigail Rossi de Azevedo, de 75 anos, que estava desaparecida desde a última sexta-feira, dia em que aconteceu o acidente na Estação Pinheiros do metrô. A vítima foi soterrada no desabamento.

Abigail seguia para uma consulta médica no momento do desastre. O marido da aposentada esperava por ela na Estação Pinheiros da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, próxima ao local. A família disse que ela era uma pessoa muito ativa e praticava natação. Ela tinha 4 filhos e 5 netos. Completaria 50 anos de casamento em maio e era muito querida pelos vizinhos e colegas de clube onde nadava. O corpo da aposentada estava afastado do local em que a van que foi sugada pela cratera está enterrada. Isso leva a crer que Abigail não era passageira do veículo. Os bombeiros agora procuram as outras seis vítimas que estariam soterradas no local.

Neste domingo, durante visita à estação, o governador José Serra disse ser pouco provável que os bombeiros ainda encontrem sobreviventes , mas diz que torce para isso.

O desabamento aconteceu na última sexta-feira, às 15h, na altura do número 7.000 da Marginal Pinheiros. Pelo menos 4 pessoas ficaram feridas e 6 ainda estão desaparecidas.

Continuam desaparecidos Reinaldo Aparecido Leite, de 43 anos, o motorista da van; Wescley Adriano Silva, de 22, cobrador da lotação; Márcio Rodrigues Alambert, de 31, funcionário público; Francisco Silvino Torres, de 47 anos, motorista de um dos caminhões que trabalhavam na obra; e a advogada Valéria Marmit. A identidade do outro suposto passageiro da van ainda não é conhecida.

As famílias dos desaparecidos permanecem no local. A apreensão é grande e os parentes reclamam da falta de notícias.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, em visita na tarde deste domingo ao local do acidente, confirmou que a volta do rodízio de veículos na capital não será antecipada. A pista expressa da Marginal Pinheiros foi liberada às 17h desta segunda-feira. A pista local só deve ser liberada às 5h desta terça.

No final do sábado e começo deste domingo, as casas que correm risco de desabar na região começaram a ser demolidas. Além de uma residência condenada com o acidente, parte de um estacionamento também foi demolido.

Motorista da van Reinaldo Aparecido Leite, um dos desaparecidosSegundo o governador José Serra, o acidente não vai alterar o cronograma de obras do Metrô. A previsão de entrega de parte da linha 4 é no primeiro semestre de 2009. Mas as obras só vão continuar depois de achadas todas as vítimas.

De acordo com o consórcio Via Amarela, que realiza as obras do ramal, as fortes chuvas que caíram na capital paulista entre dezembro e o começo de janeiro podem ter causado o desabamento. O consórcio descartou ainda negligência ou falhas que possam ter causado o acidente. Um engenheiro do consórcio admitiu que o teto da laje cedeu antes do desabamento e havia trincas. O vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman, falou nesta segunda-feira sobre falha de engenheiros. Mas o Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT) vai preparar um laudo.

As causas do desabamento ainda não estão esclarecidas. A Prefeitura e o Metrô dizem que só vão se pronunciar após os laudos periciais. Testemunhas afirmaram que um bloco de concreto pode ter caído de um guindaste. Segundo especialistas, no entanto, o tipo de solo arenoso favorece acidentes . Apesar disso, autoridades do governo estadual garantiram que o túnel que já passa sob o Rio Pinheiros não está comprometido. Um reforço de concreto no túnel sob a marginal está sendo feito.

Pelo menos 42 famílias foram retiradas de cerca de 56 casas do local. Cerca de 132 pessoas foram alojadas em hotéis. A Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana reforçaram o policiamento na região para evitar roubos às residências.

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