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Curitiba – A explosão do número de estabelecimentos privados de ensino superior não é novidade no país. Entre 1998 até o ano passado, este número praticamente dobrou.

No entanto, o crescimento do setor não está restrito ao ensino superior. Em cinco anos, de 1999 a 2004, o ensino básico particular registrou expansão de 19,12% no número de escolas pelo país, passando de 29,5 mil para 35,2 mil. E, como o número total de escolas, somando públicas e privadas, diminuiu nesses cinco anos, a conclusão é que escolas públicas estão fechando as portas.

Os dados são da pesquisa Números do Ensino Privado no Brasil–2005, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) e divulgada esta semana. A pesquisa mostra, no entanto, que a expansão não se refletiu em um aumento significativo no número de matrículas. No período, o crescimento do número de alunos foi de apenas 4,74%. Com isso, caiu 9,2% o total de alunos por escola no ensino fundamental. No ensino médio, a queda foi de 17,2%. Se antes a média de alunos em uma escola era de 192, hoje são 174. "Muitas escolas tradicionais, com grande efetivo de alunos, fecharam. Na outra ponta, surgiram escolas com poucos alunos. No lugar de uma escola de mil alunos que fechou, nascem cinco, seis ou sete escolas que começam com 50 ou 60 alunos", disse o presidente da Fenep, José Antônio Teixeira. Essas escolas que hoje são pequenas, acrescentou, podem crescer, mas há uma grande possibilidade de que pelo menos metade delas deixe de existir em dois anos.

Gastos

Outro dado importante revelado pela pesquisa é que as famílias que têm filhos em escolas particulares gastam em média 13,6% de seu orçamento com a educação.

Segundo o coordenador do estudo, o pesquisador Salomão Quadros, da FGV, o dado mostra o peso da educação privada nos gastos da família brasileira. "Esse é um compromisso financeiro e orçamentário extremamente importante e que, durante alguns anos da vida, é o compromisso dominante. Gasta-se quase 15% do seu orçamento. Em que outra despesa você tem essa ordem de grandeza?", indagou.

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