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A Operação Lava Jato foi deflagrada em março deste ano pela Polícia Federal (PF) e é resultado de oito anos de investigações sobre crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), a quadrilha investigada teria movimentado R$ 10 bilhões.

Quantas ações?

Até então, a Operação gerou dez ações penais, que estão sob responsabilidade do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Também há processos em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo investigados com foro privilegiado. Seriam pelo menos dois processos na Corte Suprema: um envolvendo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e outro que cita o deputado federal André Vargas (s/ partido).

Quantos réus?

55 pessoas figuram como réus nos processos que estão na Justiça Federal. Alguns acusados, como o doleiro Alberto Youssef, são citados em mais de uma ação.

Quem está preso?

Onze investigados ainda estão presos, nove deles no Paraná. Uma investigada está presa na Espanha e outro está foragido. Paulo Roberto Costa está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro depois de firmar um acordo de delação premiada. Três réus presos inicialmente já foram libertados, um deles após firmar acordo de delação premiada.

Quem fez delação?

Até então, há a informação de que cinco réus da Operação firmaram acordos de delação premiada. O primeiro foi o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que entregou nomes de diversos políticos e empresas envolvidos no esquema. Depois, foi a vez do advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, apontado como braço-direito do doleiro Alberto Youssef, outro réu que também estaria colaborando com as investigações. Ediel Viana da Silva, comparsa do doleiro Carlos Habib Chater, também teria assinado acordo delação premiada. Apenas dois dos acordos de delação, porém, foram homologados pela Justiça – o do réu Luccas Pace Júnior, que era subordinado da doleira Nelma Kodama; e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Investigação

Há quatro núcleos de investigação, cada um controlado por um doleiro, de acordo com o MPF:

Nelma Kodama: Especialista em enviar remessas de dinheiro para o exterior.

Ricardo Henrique Srour: Fornecia dólar para outros doleiros através de distribuição de títulos pela sua Casa de Câmbio.

Alberto Youssef: Apontado como líder do esquema. Recebia valores de empresas de fachada.

Carlos Habib Chater: Usava a movimentação financeira do Posto da Torre (DF) para fornecer moeda aos demais doleiros (dinheiro vivo).

Como funcionava o esquema?

O esquema consistia na lavagem de dinheiro no mercado clandestino de câmbio com origem do tráfico de drogas, corrupção, sonegação fiscal e desvio de verbas públicas. Os desvios eram praticados por empresas controladas pelos doleiros, algumas em nome de laranjas.

Qual a participação de Paulo Roberto Costa?

Paulo Roberto Costa é citado como colaborador do núcleo controlado pelo doleiro Alberto Youssef. O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras teria intermediado para que empresas de fachada do doleiro firmassem contratos com prestadoras de serviço da estatal.

Contratos sob suspeita?

Entre os contratos da Petrobras que estão sob suspeita de desvio de verbas, estão o da compra da refinaria de Pasadena (EUA), a reforma da refina Presidente Getúlio Vargas (Paraná) e o da construção da Refinaria Abreu e Lima (Pernambuco).

Envolvidos

Onze investigados na Operação Lava Jato estão presos, nove deles no Paraná. Uma investigada está presa na Espanha, um denunciado está em prisão domiciliar e outro está foragido.

Presos na sede da Justiça Federal em Curitiba:

Alberto Youssef: doleiro acusado de chefiar esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas através de empresas fantasmas. Teria ligação com deputados e envolvimento no pagamento de propinas de obras da Petrobras.

Ediel Viana da Silva: acusado de ser o braço direito de Chater e seu "testa de ferro" em várias empresas.

João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado: suposto colaborador do doleiro Alberto Youssef. A Suíça bloqueou US$ 5 milhões de uma conta ligada a ele.

Presos na Casa de Custódia de São José dos Pinhais:Carlos Habib Chater: doleiro acusado de chefiar esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio de empresas fantasmas.

André Catão de Miranda: acusado de realizar operações de câmbio para Chater.André Luís Paula dos Santos: acusado de realizar transporte irregular de valores para Chater.

Renê Luiz Pereira (deve ser transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas): acusado de traficar cocaína para a Europa. O dinheiro usado e recebido na operação teria sido lavado por Youssef e Chater.

Presa no Complexo Médico Penal de Piraquara:Nelma Kodama: doleira acusada de chefiar esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio de empresas fantasmas.

Presa na Penitenciária Feminina de Piraquara :Iara Galdino da Silva: apontada como braço-direito da doleira Nelma Kodama.

Prisão domiciliar no Rio de Janeiro:Paulo Roberto Costa: acusado de envolvimento em pagamento de propinas nas obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, e de tentativa de destruição de provas. Em prisão domiciliar depois de firmar acordo de delação premiada.

Presa na Espanha:Maria de Fátima Stocker: Acusada de traficar cocaína para a Europa. O dinheiro usado e recebido na operação teria sido lavado por Youssef e Chater.

Foragido

Sleimam Nassim El Kobrossy: Acusado de traficar cocaína para a Europa. O dinheiro usado e recebido na operação teria sido lavado por Youssef e Chater.

Libertados

Carlos Alberto Pereira da Costa: acusado de ser subordinado e "testa de ferro" de Youssef em várias empresas. Solto depois de firmar acordo de delação premiada.

Raul Henrique Srour: acusado de lavagem de dinheiro e de uso de falsa identidade para operações de câmbio. Solto após pagar fiança. Carlos Alexandre de Souza Rocha: acusado de operar instituição financeira clandestina. Tinha vínculos com Youssef e com outros doleiros. O processo que envolve seu nome foi suspenso pela Justiça Federal.

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