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PEC da Impunidade

Entidades internacionais condenam proposta que tira investigação do MP

PEC 37, que limita poderes do Ministério Público, é apontada por organismos internacionais como prejudicial ao país

Estagiários do MP coletaram assinaturas contra a PEC 37 ontem em Ponta Grossa | Marco Fávaro
Estagiários do MP coletaram assinaturas contra a PEC 37 ontem em Ponta Grossa (Foto: Marco Fávaro)

Desde que teve início a campanha Brasil Contra a Impunidade – que pede a rejeição da Proposta de Emenda à Constituição 37/2011, a PEC da Impunidade – , as associações nacionais representativas dos membros do Ministério Público brasileiro vêm recebendo apoio de várias entidades internacionais.

A PEC 37, que tramita no Congresso, quer retirar o poder de investigação do Ministério Público e de outros órgãos, tornando-o restrito aos delegados das polícias Federal e Civil. Representantes de instituições renomadas de todo o mundo já se manifestaram contra a PEC.

Steven Jansen, vice-presidente da Association of Prosecuting Attorneys – entidade representativa de procuradores e promotores federais, estaduais e municipais dos Estados Unidos – afirmou que os membros do Ministério Público americano participam da investigação criminal em seu país e ressalta que a presença do órgão no processo garante a aplicação da lei.

Princípio básico

Para o presidente da Asso­­­ciação dos Procuradores da Província de British Columbia, no Canadá, Stephen K. Fudge, "o princípio de que as pessoas investidas com autoridade nunca devem investigar a si mesmas nem controlar quem as investiga é um elemento essencial de qualquer sistema jurídico baseado no Estado de Direito".

Fudge avalia que a PEC 37/2011, conforme descrita, prejudicaria claramente esse princípio básico. "Nós nos juntamos a vocês para instar o Congresso Nacional a rejeitar esta mudança legislativa", declarou. O procurador da Coroa de Queensland na Austrália e membro do Comitê Executivo da International Association of Prosecutors, Salvatore Vasta, declarou-se "chocado e triste" com o que ouviu e leu sobre a proposta. Segundo ele, até agora o Brasil tem sido visto internacionalmente como um farol da noção de independência do Ministério Público.

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